Retomada vai demorar de 2 a 3 anos

Publicado em
20 de Agosto de 2015
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Pesquisa da Deloitte aponta percepções da cadeia produtiva durante workshop

SUELI REIS, AB

Dos 360 participantes do Workshop Planejamento 2016, promovido por Automotive Business na segunda-feira, 17, a maioria esmagadora, 79%, avalia que a retomada do setor automotivo só virá entre os próximos dois ou três anos, sendo que 49,6% acredita em uma reação positiva das vendas em até dois anos. Esta foi uma das percepções dos representantes da cadeia produtiva nas duas pesquisas eletrônicas conduzidas pela Deloitte durante o evento.

Outros 8,8% apostam em retomada já no próximo ano enquanto 12,3% pontua um cenário mais favorável só em quatro anos.

- Para ver o resultado completo da pesquisa eletrônica da Deloitte, clique aqui.

Boa parte dos votantes – 60,4% - aponta que a queda nas vendas esperada para este ano deve ficar entre 20% e 25% contra o resultado do ano passado, quando foram emplacados 3,49 milhões de veículos novos, entre leves e pesados. Já 22,3% votaram que a retração do mercado ficará entre 15% e 20%. Uma parcela dos participantes menos expressiva, de 3,9%, aponta retração de 10% a 15%, enquanto 13,4% esperam um tombo acima de 25%.

A falta de confiança dos consumidores sobre sua estabilidade no emprego (57,5%) e o cenário econômico adverso (28,4%) foram apontados como os principais problemas atuais para a venda de veículos.

Apesar das diferentes opiniões, 80% dos participantes concordam que em 2016 o mercado deverá estar no mesmo cenário deste ano ou apresentará pequena melhora. A minoria mais pessimista de 2,4% espera uma grande piora do resultado do setor para o ano que vem. A maior dificuldade ainda deverá ser a necessidade de corte de custos e despesas, apontada por 51,9% dos participantes, seguido pelo aumento da liquidez da empresa, visto como prioridade por 27,4%. A realização de novos investimentos e a manutenção dos empregos figura como os fatores de maior importância para 14,7% e 6%, respectivamente.

Quando questionados sobre qual seria o estímulo mais importante para ajudar o setor no cenário atual, as melhores taxas de financiamento e de crédito para os consumidores são apontadas por 35,6% como a melhor saída neste momento. No entanto, houve bastante equilíbrio nas demais opções: 17,8% votaram em apoio para manutenção dos empregos e o mesmo número indicou políticas de promoção para exportação. Acordos comerciais com outros países e blocos econômicos foram a preferência de 16,4% e 12,4% votaram no retorno da redução do IPI.

Mais de 48% vislumbra que a existência de acordos para a conquista de novos mercados indica ser o melhor estímulo para a melhora das exportações do setor, além de incentivos tributários, preferência de 22,6%. A taxa de câmbio favorável foi apontada por 18,1% e a diminuição dos custos de investimentos (taxas de juros) é a preferência de 10,8% dos participantes.

A maioria dos representantes das empresas da cadeia automotiva sugeriram que as montadoras devem focar em eficiência e custo, além de estabelecer longas relações com seus fornecedores quando questionados sobre as estratégias para que seus clientes melhorem o desempenho. Quando a avaliação é sobre melhorar o desempenho das autopeças, os presentes concordaram que o mais urgente é foco em eficiência e custo e também investimentos em inovação e tecnologia.

As dificuldades que devem perdurar no curto prazo podem acarretar em consequências extremas, como a redução do número de empresas do setor de autopeças: 65,2% aposta que o número de empresas vai diminuir. Do total de votantes, 38,4% acredita que essa diminuição será resultado do fechamento das companhias, enquanto 46,6% aposta em movimentos de fusões e aquisições.

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