Relatório aponta falhas nas concessões de pedágio no Paraná

Publicado em
07 de Março de 2013
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Engenheiros recomendam ao governo que não renove o contrato. Levantamento mostra falta de informações financeiras das empresas.

Um relatório elaborado por representantes do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-PR) e do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (SENGE-PR) faz observações e recomendações ao governo sobre as rodovias pedagiadas do estado. O levantamento pertence a uma parte da Comissão Tripartite de Fiscalização, formada pelo governo, concessionárias e usuários. O documento, divulgado nesta terça-feira (05), apresenta conclusões dos engenheiros, que, nesse caso, representam os usuários do pedágio.

De acordo com os representantes do SENGE-PR e do CREA-PR, o governo precisa estar atento à movimentação financeira das concessionárias, pois não há informações de quanto as empresas ganham com as tarifas de pedágio e sobre investimentos. “Se ele souber quanto as concessionárias gastam e quanto elas recebem, ele sabe quanto é o rendimento delas, ele pode negociar o contrato a qualquer momento. Desde o início da concessão, ele não sabe”, aponta o engenheiro do sindicato, Valter Fanini.

Outra conclusão do relatório indica falta de infraestrutura das estradas pedagiadas. Na avaliação dos engenheiros, os acessos das rodovias são irregulares; viadutos e trincheiras estão incompletos, faltando alças de acesso para entrada e saída dos veículos; ausência das marginais, no caso de rodovias que cortem as cidades; e a falta de duplicação nas estradas. “Hoje, passados 14 anos (de concessão), não temos nossas rodovias duplicadas, quase nada. Infelizmente, isso faz uma falta muito grande”, afirma o engenheiro do CREA-PR, Álvaro Cabrini.

Depois de meses de análise das estradas do Paraná, os engenheiros recomendam ao estado que não renovem a concessão em 2021, data prevista em contrato. Segundo os engenheiros, cada parte da Comissão Tripartite de Fiscalização ficou responsável por elaborar um relatório sobre as rodovias do Paraná. Agora, o CREA-PR e o SENGE-PR devem entregar o levantamento ao governo estadual para que os itens sugeridos sejam avaliados.

De acordo com o governo, somente depois da análise será feito um novo documento com as considerações do estado. Já a Associação Brasileira de Concessionárias informou que não foi ouvida pelos autores do relatório e, portanto, não vai comentar sobre o assunto.

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