Recuperação de estradas do País deve levar cinco anos, diz governo

Publicado em
26 de Maio de 2010
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Os problemas apontados nas estradas brasileiras em estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta segunda (24) precisam de no mínimo cinco anos para serem resolvidos, informou nesta terça-feira (25) o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Segundo o levantamento do Ipea, que é um órgão do governo, sobram buracos e falta sinalização nas rodovias do país.

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A BR 230, por exemplo, uma das rodovias mais movimentadas do Ceará, é um retrato das estradas brasileiras: buracos, falta de acostamento e de sinalização. Os problemas se repetem em Mato Grosso, Minas Gerais e outros estados.

Essa é uma realidade que o caminhoneiro João Batista Almeida conhece bem. "Pneu, né, estoura nos buracos, roda empenada, inclusive é o que mais acontece é isso, quebra a mola", afirmou.

Mais de 65% das rodovias federais estão em estado deficiente a péssimo. Segundo o Ipea, para dar às estradas brasileiras a qualidade desejável, seriam necessários investimentos de R$ 183,5 bilhões. De acordo com o instituto, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) só cobre R$ 23 bilhões, 13% do valor necessário.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) diz que o Ipea não contabilizou R$ 10 bilhões destinados à manutenção das estradas e que até 2015 estão previstos investimentos de mais R$ 50 bilhões.

"Nós chegaríamos, eu diria, pelo menos com 85% da nossa malha rodoviária em estado bom, e entre o satisfatório e o insatisfatório, 15%", afirmou o diretor-geral do DNIT, Luiz Antonio .

Custo do frete
O estudo do Ipea mostra que o custo do frete no Brasil é, em média, 28% mais caro do que seria se as estradas apresentassem condições ideais. E mais de 60% do transporte de carga no país são feitos pelas rodovias.

Um dos setores mais atingidos é de alimentos. "Transporte ruim, frete mais caro e também comida mais cara na mesa do consumidor. Se as estradas fossem melhores, portanto os produtores teriam um custo menor e a comida podia estar mais barata no supermercado e na mesa do consumidor", disse a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

Para o Ipea, o governo deveria também aperfeiçoar os contratos de concessão das estradas e exigir das concessionárias investimentos na ampliação da malha viária.

"A produção agrícola crescendo, a produção industrial crescendo, nós vamos ter um fluxo maior de movimentação de cargas e estas rodovias concedidas estarão de certa forma é congeladas, porque os contratos não preveem ampliação", afirmou o coordenador de Infraestrutura Econômica do Ipea, Carlos Campos.

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