Randon quer mais espaço no mercado de reposição

Publicado em
28 de Abril de 2010
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As empresas Jost, Master e Suspensys, controladas da Randon, de Caxias do Sul, têm como estratégia elevar dos 10% atuais para 15%, no prazo de cinco anos, a participação do segmento de reposição em suas receitas. Para atingir a meta as fábricas investirão na ampliação da linha de produtos e em estratégias de marketing e comunicação para maior aproximação com o mercado. Já a Fras-le, fabricante de materiais de fricção, manterá a participação atual da reposição em sua receita, que é da ordem de 70%.

Em entrevista coletiva na Automec Pesados & Comerciais, que ocorre em São Paulo, o diretor-executivo de autopeças do grupo, Alexandre Gazzi, assegurou que há espaço muito grande para as três empresas crescerem na reposição. Para estabelecer diferenciais em relação à concorrência, especialmente de importados, os investimentos serão feitos em lançamentos inovadores em conceitos e materiais. Para Gazzi, em 2010, a receita da reposição no grupo deve crescer 20% na comparação com o ano passado.

Uma das preocupações da Randon é com a falta de qualidade de muitos dos produtos importados e mesmo nacionais, que comprometem a segurança dos veículos e geram concorrência desleal. Gazzi defendeu que as entidades representativas do setor de autopeças conduzam ações para a certificação de alguns componentes importados, especialmente os ligados à segurança. "Vai chegar o momento em que o consumidor se convencerá de que não adianta comprar só pelo preço." Ele assegurou que, neste processo, a inspeção veicular tornou-se mecanismo de adoção inadiável. "Não dá mais para protelar a tomada desta decisão, que deve se estender a toda a frota de veículos."

A Suspensys tem como novidades mais modelos de rolamento de cubo de roda e de retentor de cubo e o tambor de freio de sete e oito toneladas para caminhões e ônibus. Este último tem como diferencial a aplicação de processo de usinagem automatizado. A Master lança dois novos modelos de freios e o ajustamento automático de freios para ônibus Mercedes Benz. Já a Jost investe em novo suspensor automático, em ponteira e porca de ponteira, na quinta-roda desenvolvida de forma integrada pela engenharia brasileira com a da Jost alemã e no engate automático, dez quilos mais leve que os disponíveis no mercado.

O presidente da diretoria executiva das Empresas Randon, David Randon, confia no crescimento sustentado da economia brasileira neste e no próximo ano. Mas ressalva que é preciso certo conservadorismo e, principalmente, cautela em função das eleições de outubro. "Os sinais são positivos no curto prazo, mas é preciso tomar cuidado com o longo prazo. Independentemente de quem vencer as eleições é certo que algumas mudanças virão." A principal preocupação do empresário é com relação à manutenção da política atual de financiamentos do Bndes, definida por ele como vital para assegurar a expansão do setor de transporte. "Os sinais são bons, mas conduta cautelosa é recomendada."

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