Raio-X da logística urbana em São Paulo

Publicado em
20 de Fevereiro de 2015
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Na entrega de encomendas, a parte mais complicada é a chamada "última milha"

- Qual a primeira imagem que vem à sua cabeça quando se pensa na cidade de São Paulo? Na minha, pelo menos, trânsito, engarrafamento e dificuldade de se locomover.

Todo dia pela manha esse é o grande desafio do paulistano e acredito que também dos moradores das grandes capitais. Um tema que não sai de pauta na metrópole é a questão da logística urbana. Dois tópicos vêm à cabeça: as ciclofaixas e a liberação de corrida de táxi com preço fixo, pela prefeitura.

Dentre as principais dificuldades no transporte/logistica estão: prazo, infraestrutura, custo, acesso a regiões hostis e segurança.

Esses assuntos normalmente causam muita polêmica, pois tem impacto direto no cotidiano das pessoas, afinal percebemos o deslocamento como um tempo perdido.

Locomover-se em grandes cidades de forma rápida e eficiente se tornou um desafio e em S. Paulo não é diferente. Mas há um clichê do qual gosto muito, "onde há problemas, também existem oportunidades".

Para alguns segmentos, o custo de logística tem um impacto enorme no preço final do produto e a redução desse custo o torna naturalmente mais competitivo.

Em toda a cadeia logística a parte mais ineficiente para as empresas é o que chamamos de última milha.

A última milha é um termo usado em supply chain e descreve o movimento de pessoas e bens de um centro de distribuição até um destino final, ou seja, é a etapa final da cadeia logística e normalmente corresponde por até 30% do custo. Esse problema é conhecido como problema da última milha.

Várias startups brasileiras criam iniciativas para buscar soluções para resolver esse problema. A Amazon, por exemplo, no final de 2013 estava testando a entrega com drones de encomendas com até 3 quilos, que segundo o CEO Jeff Bezos, era o tipo de encomenda que correspondia na época a 86% das entregas da Amazon.

Outra solução que vem sendo utilizada para este problema é a pulverização de entregas por motofretistas, onde produtos de menor porte são alocados dentro de seus baús, reduzindo o número de viagens do CD ao consumidor final, uma vez que um profissional consegue sair com mais de um produto simultaneamente. Como o deslocamento da moto é mais rápido, ele consegue fazer várias entregas em um curto espaço de tempo e também em locais de difícil acesso. Existem caminhos ainda poucos explorados no Brasil como o Big Data aplicado à logística. São soluções que podem permitir otimização da rota da frota em tempo real, além de confirmar a disponibilidade no local, evitando entregas sem sucesso com economia de tempo e recursos.

Ainda temos poucas startups de logística urbana no Brasil, mas em contra partida temos vários problemas de entrega/frete a serem resolvidos. As empresas têm duas saídas, continuar reclamando ou criar novas iniciativas que possam ajudar na logística da população. Estou fazendo minha parte, e você faz a sua?

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