Para responder a pergunta do título, é preciso uma calculadora. Sim, porque antes de comprar um carro o consumidor não pode apenas considerar o preço do produto. É preciso levar em conta os gastos com manutenção, orientam especialistas.
Para saber quanto um automóvel popular custa na ponta do lápis, a reportagem fez uma simulação no site Investpedia (www.investpedia.com.br), considerando um veículo comprado à vista por R$ 35.000. Levando em conta despesas com seguro, IPVA, DPVAT (o seguro obrigatório) e depreciação, além de R$ 400 usados por mês para combustível, R$ 100 mensais reservados para estacionamento e R$ 1.000 anuais para manutenção, o preço real do produto ficou R$ 13.751,16 por ano ou R$ 37,67 diariamente. Isso mesmo: R$ 37,67 por dia.
Para o professor do departamento de Economia da Faculdade Boa Viagem (FBV) Roberto Ferreira, o item mais caro de um automóvel é a depreciação. “Normalmente um carro perde 20% do valor de compra no primeiro ano de uso, 15% no segundo e outros 15% no terceiro. Ou seja, um veículo novo perde na melhor das hipóteses 50% do valor de mercado após três anos”, detalha. Ele acrescenta que automóveis só podem ser considerados um investimento se ajudarem na renda, como no caso de táxis.
A coordenadora executiva da Associação de Defesa do Consumidor (Adecon) Rosana Grinberg lembra que ter um veículo sem seguro é assumir um risco grande. “A compra de um carro vem com despesas inevitáveis. O que se pode fazer é pesquisar preços para ver a opção mais em conta”, orienta. A recomendação vale de financeiras a postos de combustível. Ela também afirma que o ideal é comprar um carro zero, que tem garantia durante anos.
Além disso, Rosana recomenda que uma pessoa não comprometa mais de 25% da sua renda mensal com o carro. “E este percentual inclui parcelas de financiamento e os gastos de manutenção. Antes de comprar, o consumidor deve colocar na papel todas as despesas e ver se elas encaixam no orçamento”, diz ela.