Qualidade das rodovias melhora, mas 57% ainda têm problemas, diz CNT

Publicado em
04 de Novembro de 2015
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Pesquisa divulgada nesta quarta-feira (4) indica que a qualidade das rodovias brasileiras melhorou em 2015 em relação a 2014. De acordo com o ranking elaborado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), em 2015, 42,7% das rodovias brasileiras foram consideradas boas ou ótimas. Em 2014, esse percentual era de 37,2%. O percentual de estradas consideradas ruins, péssimas ou regulares caiu de 62,1% em 2014 para 57,3% em 2015.

O ranking divulgado nesta quarta-feira é realizado pela CNT há 19 anos. Em 2015, os pesquisadores da instituição percorreram mais de 100 mil quilômetros pela malha rodoviária federal pavimentada e pelos principais trechos estaduais.

O estudo da CNT indica que, em geral, a qualidade das rodovias concedidas à iniciativa privada estão em melhores condições que as geridas pelo poder público. De acordo com a pesquisa, em 2015, 78,3% das rodovias concedidas (onde, em geral, há cobrança de pedágio) foram avaliadas como ótimas ou boas. Nos trechos operados pelo governo, esse índice foi de apenas 34,1%.

Apesar da melhora na situação geral das rodovias brasileiras, o estudo apontou que houve um aumento de 13,1% no número de pontos considerados "críticos" na malha rodoviária brasileira em 2015 em relação a 2014.

Neste ano, foram detectados 327 pontos críticos. Em 2014, eram 289. Pontos críticos são os trechos em que há registros de problemas como quedas de barreiras, pontes intrafegáveis, erosões e buracos de grandes dimensões.

Segundo o estudo, houve um pequeno aumento da malha rodoviária pavimentada entre 2015 e 2014. Neste ano, a malha rodoviária pavimentada chegou a 12,4% do total. Em 2014, esse índice era de 12%.

De acordo com o ranking, a região que concentra as estradas em melhor condição é a Sudeste. Lá, 55,5% das rodovias são consideradas ótimas ou boas. A região com as piores rodovias é a Norte, onde apenas 24% das rodovias são consideradas ótimas ou boas.

De acordo com o diretor executivo da CNT, Bruno Batista, apesar da melhora do estado geral das rodovias brasileiras, o quadro nacional ainda é insatisfatório. Segundo o estudo divulgado nesta quarta-feira, a baixa qualidade do pavimento das rodovias brasileiras gerou um prejuízo de R$ 46,8 bilhões em 2014 para o setor de transportes. "Esses dados mostram que não é inteligente não investir em infraestrutura", afirmou.

Com base em dados de 2014, o estudo indicou que o governo gasta 60% menos que a iniciativa privada por quilômetro de rodovia. O documento apontou que o custo do governo em manutenção e construção foi de R$ 165 mil por quilômetro de rodovias. A iniciativa privada, por sua vez, gastou em 2014 R$ 422 mil por quilômetro.

O diretor-executivo da CNT disse que o temor da instituição é que a crise econômica interrompa o processo de melhora da qualidade das rodovias brasileiras. "Nos preocupa é que os cortes nos investimentos possam comprometer essa tendência de melhoria. Como os recursos caíram bastante, a gente teme que esses programas sejam descontinuados e a gente volte a entrar em espiram decrescente em termos de qualidade", disse Batista.

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