Produtores não conseguem ração por falta de transporte

Publicado em
31 de Agosto de 2012
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Está faltando milho para alimentação dos rebanhos cearenses de bovinos, ovinos e caprinos. Este rebanho está calculado em, aproximadamente, 5 milhões de cabeças e já há perdas por morte ou venda.

Segundo Flávio Saboya, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), o problema não é a falta do produto nos estoques da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mas sim de veículos para o transporte da carga.

Luiz Carlos Lima, secretário de política agrícola da Fetraece (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Ceará), diz que o frete do Mato Grosso do Sul e das regiões produtoras da Região Sul para cá é muito caro. “E o Ceará não possui uma produção de interesse para devolver. Por isso, não há interesse das transportadoras, que veem prejuízo em retornar com caminhões vazios”, avalia. Segundo ele, há ofertas mais vantajosas nos Estados vizinhos, que devolvem os caminhões carregados com outros produtos.

“O milho falta por uma situação conjuntural. Há neste momento uma grande exportação da safrinha do Centro-Sul e Centro-Oeste para os portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP), o que não tem nenhuma relação com os estoques de milho da Conab, que é uma reserva estratégica para situações de seca como esta que estamos passando”, afirma Saboya.

Aumento da demanda - Aliado a isso, houve um aumento na demanda de pequenos e médios produtores do Ceará pelo produto, para alimentação do rebanho. “Antes da seca tínhamos 10 mil compradores inscritos e, hoje, eles são 34 mil. Precisaríamos de 28 mil toneladas/mês de milho. A Conab está enviando apenas 2 mil toneladas a cada 15 dias, insuficiente para a demanda. O necessário seria cerca de 7 mil toneladas por semana”, diz Flávio Saboya.

Lima, da Fetraece, diz que, para atender a todos os produtores do Ceará, seria preciso importar 300 mil toneladas/mês de milho. “Infelizmente, o que os produtores de milho têm para atender à demanda do rebanho do Nordeste é apenas 400 mil toneladas. Não dá”.

Enquanto isso, pequenos produtores estão vendendo seus animais a preços irrisórios. “Tem vaca que, em situação normal, seria vendida a R$ 1 mil e que está sendo negociada a R$ 100. Vendem para não ver o animal morrer de fome”, conclui.

Por quê - Entenda a notícia. A estiagem e a falta de transporte para importar milho para alimentar os rebanhos no Ceará estão levando pequenos produtores a se desfazer dos animais para não vê-los morrer de fome. Com isso, preço dos animais está caindo.

Serviço - Pregão para a contratação de transporte de milho Quando: 6/9, às 8h30min.

Onde: Centro Administrativo Bárbara de Alencar (Av. Dr. José Martins Rodrigues, 150, bairro Edson Queiroz)

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