Produção nacional de grãos vai cair 2,4%, estima Conab

Publicado em
09 de Dezembro de 2011
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O Brasil deverá colher 159,07 milhões de toneladas de grãos e fibras na safra 2011/12, um volume 2,4% menor do que no último ciclo. A previsão é da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou ontem sua terceira estimativa mensal de produção da temporada.

A nova previsão ficou próxima do teto projetado pela Conab em novembro. Na ocasião, a estatal antecipou que a colheita de 2012 ficaria entre 157,2 milhões a 160,52 milhões de toneladas.

Segundo a Conab, os agricultores vão aumentar sua área de plantio em 1,1%, para 50,44 milhões de hectares, mas a tendência é que tenham um rendimento menor - 3.153 quilos, uma queda de 3,4% em relação à safra passada.

O desempenho mais fraco é atribuído ao clima desfavorável, especialmente na região Sul. Prejudicado pela falta de chuvas, influência do fenômeno La Niña, o Rio Grande do Sul deve ver sua produtividade média desabar 9,4%, para 3.511 quilos por hectare.

Se a previsão da Conab se confirmar, o Brasil deverá colher uma safra de 71,28 milhões de toneladas de soja, um recuo de 5,4%. A queda de praticamente 4 milhões de toneladas está concentrada na região Sul, que deverá colher 24,09 milhões de toneladas - 15,5% menos que na safra deste ano. Reflexo não apenas de uma queda de 11,6% no rendimento médio, mas também de uma redução de 4,4% na área.

Em compensação, a primeira safra de milho deverá crescer 8,6%, para 39,03 milhões de toneladas em todo o país - maior número desde o recorde do ciclo 2007/08, quando os agricultores colheram 39,96 milhões na primeira safra. Embora o rendimento dos milharais também deva ser mais modesto do que em 2011 (-2%), a área dedicada à cultura cresceu 10,8%, refletindo os bons preços da commodity neste ano.

Só o Paraná, maior produtor do país, deve expandir sua área de milho em 18,9%. Os Estados do Centro-Oeste, onde a cultura tem menos tradição, aumentaram o cultivo em mais de 44%.

O relatório da Conab também aponta para um aumento na produção de cevada (+2,9%), triticale (+1,4%) e amendoim (+0,5%) e queda nas colheitas de algodão (-1,3%), arroz (-12,4%), feijão (-7,5%) e trigo (-8%).

Também o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem seu prognóstico para a safra do ano que vem. Segundo o instituto, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas deverá somar 160,5 milhões de toneladas - um crescimento de 0,6% em relação à última safra.

Para a soja, o IBGE estimou uma colheita de 73,9 milhões de toneladas, volume 1,3% menor do que a de 2011. Já a primeira safra de milho deve computar um crescimento de 8,8%, para 37,1 milhões de toneladas.

Colheita de cana-de-açúcar recua 8,4% 

A produção brasileira de cana-de-açúcar da safra 2011/12 deve somar 571,4 milhões de toneladas, um recuo de 8,4% em relação ao volume colhido na temporada anterior, segundo a estimativa divulgada ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Para a região Centro-Sul, onde a colheita está praticamente concluída, a estatal estima uma safra de 501,38 milhões de toneladas. Em seu último relatório, com a posição até 16 de novembro, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) indicava a moagem de 479 milhões de toneladas para a região Centro-Sul, uma redução de 8,8% na comparação com o mesmo intervalo do ciclo passado.

Os fatores climáticos, em especial a estiagem ocorrida entre abril e outubro de 2010 e o florescimento excessivo das lavouras, foram apontados pela Conab como principais responsáveis pela redução prevista na produção. A produtividade média brasileira esperada é de 68.289 quilos por hectare, uma redução de 11,8% em relação à última safra.

Ainda segundo a Conab, mais da metade (50,7%) da cana a ser processada pela indústria sucroalcooleira deve ser destinada à produção de etanol, estimada em 22,8 bilhões de litros. O volume é 17,2% menor que o da safra 2010/11. O restante será destinado à fabricação de 36,8 milhões de toneladas de açúcar, o que representa uma queda de 3,37% em relação à safra passada.

Os resultados da safra causam "impactos tanto no mercado de açúcar como no de combustíveis, de etanol propriamente dito", disse o secretário de Cana-de-Açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Manoel Bertone.

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