Policiais são investigados por vários crimes cometidos em rodovias do Triângulo Mineiro. Prisões ocorreram nesta quinta-feira (22).
Com as prisões dos 15 policiais rodoviários federais de Uberlândia, Araguari e Monte Alegre de Minas, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou nesta sexta-feira (23) que irá colocar em execução um plano de contingenciamento, com reforço e adequação nas escalas, para suprir as vagas ociosas.
Os policiais são investigados por corrupção e outros crimes cometidos em rodovias que cortam o Triângulo Mineiro. Além do reforço nas escalas com policiais de outras unidades, a corporação vai adotar a suspensão de férias e outras medidas que possam ajudar no plano.
Servidores de outros postos policiais serão remanejados, de acordo com a PRF (Foto: Caroline Aleixo/G1) Servidores de outros postos policiais serão remanejados, de acordo com a PRF (Foto: Caroline Aleixo/G1)
Servidores de outros postos policiais serão remanejados, de acordo com a PRF
Sobre os processos administrativos que serão instaurados para avaliar a demissão ou não dos policiais investigados, a assessoria de comunicação da PRF esclareceu que os procedimentos serão abertos após a Justiça Federal disponibilizar os autos do processo. Em virtude do desconhecimento da totalidade do processo, não há previsão para a conclusão dos casos.
Operação ‘Domiciano’
Os policiais e quatro empresários do ramo de guincho, seguradora e pátio foram presos durante operação conjunta da PRF, Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU) na manhã desta quinta-feira (22).
As investigações começaram há sete meses, depois que a Corregedoria da PRF em Brasília recebeu as denúncias. Em seguida, foi instaurado inquérito pela Delegacia Federal de Uberlândia.
A CGU participou de análise da movimentação financeira e evolução patrimonial dos acusados, além de fornecer levantamento de indícios de ilícitos administrativos.
Operação para cumprimento de mandados foi deflagrada nesta quinta-feira (22) em Uberlândia (Foto: Caroline Aleixo/G1) Operação para cumprimento de mandados foi deflagrada nesta quinta-feira (22) em Uberlândia
De acordo com a PF, os investigados solicitavam propina dos usuários das rodovias que trafegavam de forma irregular, deixando de aplicar multas. Enquanto isso, empresários eram beneficiados no esquema ao obter vantagens na relação com os policiais acusados, sendo priorizados para atendimento de acidentes e ocorrências, com o objetivo de ter lucro fácil.
Em outras situações, funcionários de empresas de guincho iam até o trecho das abordagens para auxiliar na remoção dos veículos configurando vantagem ilícita.
A polícia esclareceu, ainda, que os envolvidos não formaram uma única quadrilha. Os crimes foram cometidos de forma isolada e alguns policiais eram reincidentes, sendo denunciados em mais de 30 delitos no período das investigações.
Todos foram encaminhados à PF e serão indiciados por vários crimes, entre eles, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Outras pessoas serão ouvidas pelo delegado e os inquéritos desmembrados para depois serem remetidos à Justiça Federal