A indústria de implementos rodoviários poderá encerrar 2018 com um crescimento de 20% a 25% nos negócios. A previsão foi feita por Norberto Fabris, novo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), entidade que reúne mais de 150 associados e mais de 1300 afiliados ativos, desde micro, pequenas, médias e grandes empresas, ligadas ao segmento de transporte de cargas.
O executivo acaba de assumir o cargo que exercerá no período de 2018 a 2021, em substituição a Alcides Braga que passa a ser o presidente do Conselho de Administração da entidade. “Vamos seguir com as ações empreendidas pela ANFIR e ampliar ainda mais nossa atuação em favor do setor produtor de implementos rodoviários”, disse Fabris, que já fazia parte da diretoria da Anfir, na função de vice-presidente.
Fabris tem 66 anos, nasceu em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, é formado em Engenharia Mecânica e em janeiro de 1976 começou a trabalhar na empresa Randon, onde atualmente atua na área de representação institucional.
Nos primeiros quatro meses deste ano, a indústria de implementos rodoviários apresentou variação positiva de 59,39%. De janeiro a abril, foram emplacados 24.591 produtos ante 15.428 unidades em igual período de 2017. “Esses números indicam que a retomada segue em seu curso e a indústria poderá recuperar uma parte de suas perdas acumuladas ainda este ano”, afirma Fabris.
De acordo com levantamento da Anfir as quatro quedas sucessivas de mercado (em 2014 o recuo foi de 10,22% sobre 2013; em 2015 o recuo foi de 44,76% sobre 2014; em 2016 o recuo foi de 29,8% sobre 2015 e em 2017 o recuo foi de 2,42% sobre 2016) resultaram em perdas que correspondem a cerca de dois terços do mercado doméstico, considerando o total apurado em 2013. Na ocasião o volume de emplacamentos chegou a 177.876 unidades, enquanto no ano passado o total entregue ao mercado foi de 60.497 unidades. “Foram tempos muito difíceis e que estão sendo superados aos poucos porque toda queda é rápida assim como toda retomada é lenta”, comenta Fabris.
Ao FutureTransport ele antecipou algumas das principais linhas que serão traçadas em sua gestão:
FutureTransport – Qual a sua avaliação do cenário atual para o mercado de implementos rodoviários?
Norberto Fabris – Estamos em meio à retomada de mercado. É importante lembrar que as comparações são feitas sobre bases bem menores, mas mesmo assim a indústria está registrando resultado positivo. Essa retomada não é rápida, mas será constante até o final do ano.
FutureTransport – Quais as principais dificuldades para os implementadores e como a Anfir pretende se posicionar para minimizar esses problemas?
Norberto Fabris – Atualmente, como estamos em retomada, o que se pode considerar como dificuldade é o ritmo de reaquecimento da economia, que não é homogêneo. Enquanto no setor de agronegócios as operações andam bastante positivas, embaladas pela safra, nos demais segmentos, como construção civil e transporte e distribuição urbanos em geral, os resultados aparecem mais timidamente. De um modo geral, como se sabe, a indústria fabricante de implementos rodoviários depende bastante do desempenho da economia e da oferta de crédito. O setor não defende o subsídio mas espera que o governo, em especial o BNDES, atue como parceiro da indústria dando suporte aos nossos clientes na aquisição de produtos.
FutureTransport – Com a retomada nas vendas de caminhões destes primeiros meses do ano, qual a expectativa de mercado para 2018?
Norberto Fabris – A expectativa para o setor de implementos rodoviários é chegarmos em um resultado positivo entre 20% e 25%.
FutureTransport – Do ponto de vista da produção, como a indústria de implementos tem evoluído em termos de tecnologia com uso de novos materiais e design eficiente?
Norberto Fabris – A indústria está em pé de igualdade com os demais produtores internacionais. As empresas afiliadas à Anfir têm buscado constantemente utilizar novos materiais, introduzir mais tecnologia e desenvolver designs mais eficientes como forma de responder aos anseios dos transportadores brasileiros.
FutureTransport – Os novos aplicativos para transporte de carga compartilhada têm contribuído para o aquecimento da indústria de implementos no sentido de impulsionar os negócios para pequenos transportadores e, consequentemente, para pequenas empresas de implementos?
Norberto Fabris – Ainda não temos como medir o resultado desses novos aplicativos no volume de emplacamentos tanto de reboques e semirreboques quanto de carroceria sobre chassis. Mas é bastante provável que haja impacto positivo porque ninguém compra implemento rodoviário porque quer e sim porque precisa. A necessidade surge ditada pelos negócios. Portanto, se os transportadores ampliam suas operações é natural que esse movimento traga reflexo positivo à atividade da indústria fabricante de implementos rodoviários.