Presidente diz que falta frete para escoar soja da região de Sinop

Publicado em
30 de Julho de 2012
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Falta frete para escoar a soja colhida na última safra, ainda armazenada na região de Sinop. O "alerta" é do presidente do Sindicato Rural, Leonildo Bares, que atribui o problema às novas regras de trabalho regulamentadas aos motoristas pelo governo federal. Ele não falou na quantidade estocada, mas teme que isso recaia sobre a safra do milho, que já está sendo colhida. A previsão do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) é de 15milhões de toneladas no Estado.

"Não faltam armazéns. O que falta são caminhões para escoar o resto de soja que estão estocados para desocupá-los e colocar milho. Falta se chegar a um acordo para ver de que maneira o governo possa colocar o Brasil para rodar de novo", disse o presidente, em entrevista ao Só Notícias, e acrescentou que não restam muitas opções. "Se não tiver escoamento, não temos outro modal de transporte de carga que não seja rodoviário. Nossa hidrovia está aí e ninguém quer falar nela. Nossas ferrovias não estão sendo construídas e a BR-163 não é concluída", acrescentou.

Bares apontou que a "escassez" dos motoristas já é sentida no frete, pelo menos do milho, sendo cobrado R$ 15 pela saca, R$ 5 a mais que nos últimos períodos. E na BR-163, uma das poucas alternativas é no sentido Paranaguá. "Mas nele temos que dobrar ou triplicar a quantidade de caminhões, e o tráfico é tão pesando que a rodovia não suportaria isso. Passamos por um momento difícil, no qual governo tem que criar uma saída. Para essas normativas para os motoristas, tem que ser criado um parâmetro agora, mas usado daqui dois ou três meses, depois que a safra for escoada. Se for aplicado hoje, a safra vai remontar em cima de outra safra".

Conforme Só Notícias já informou, a falta de frete também em sentida em Sorriso. O Sindicato Rural aponta que está 20% mais caro o transporte da tonelada, até o porto de Paranaguá (PR). Antes feito ao custo de R$ 170, agora passou a ser cobrado o valor de R$ 230 pelo mesmo trajeto. Na safra deste ano, foram cultivados no município pouco mais de 300 mil hectares de milho e mais de 600 mil de soja.

Entre as novas regras para os motoristas, está que em viagens de longa distância e duração, terão que dormir durante 11 horas; a cada quatro horas de viagem, deverão realizar uma parada para descanso de no mínimo 30 minutos; segundo a resolução 405 do Contran, com base na Lei 12.619, o descumprimento dos horários de parada e descanso será punido como infração de trânsito grave, sujeita a multa e retenção do veículo. Os trabalhadores alegam que as novas normativas inviabilizam o trabalho e geram perdas nos ganhos.

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