Prepare-se para a nova era da logística (parte I)

Publicado em
26 de Novembro de 2012
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Uma nova era na logística empresarial se aproxima e os sinais captados sugerem que a velocidade de aproximação é grande. Presumo que em breve faltarão profissionais capacitados para dar conta das novas demandas que surgirão.

Este novo cenário já está presente em empresas do setor industrial e de serviços logísticos de vanguarda e fornece algumas direções, mas todos os caminhos levam a uma palavra: Otimização.

Em uma época não muito distante (cerca de 15 anos aproximadamente), surgiram os primeiros cursos de logística no país. Lembro muito bem desta época, pois tínhamos um grupo de pesquisa em logística na universidade onde trabalhava e este grupo era responsável pelos direcionamentos do ensino da logística na extensão, graduação e pós-graduação.

Em 1999 lançamos o primeiro curso de pó-graduação em logística empresarial no Rio Grande do Sul e percebíamos claramente que o perfil dos ingressantes era eminentemente prático-operacional.

Isto se repetia nos cursos de Técnico em Logística e nos cursos de extensão. Muitos desses alunos ingressantes entendiam a logística como algo muito mais operacional do que estratégico.

Muitos questionavam o posicionamento estratégico e sistêmico da logística, que deveria ser suprido por um posto de diretoria e que as três áreas básicas (suprimento, produção e distribuição), deveriam ser administradas de forma única.

Até hoje ainda vejo empresas que adotam a visão não sistêmica da logística, separando a produção. Caminho certo para a perda de competitividade.

Em meados da década de 2000, o conselho de logística empresarial (CLM), adotou um novo nome: conselho de profissionais em gerenciamento da cadeia de suprimentos (CSCMP).

O objetivo não visava apenas a mudança do nome, mas uma clara posição sobre a visão sistêmica da logística (ou das operações, como alguns ainda insistem em chamar), através da inclusão da produção no sistema logístico.

A isto chamaram de “fluxo interno da cadeia de suprimentos” e conectaram o sistema às técnicas avançadas de análise da demanda.

Para finalizar, esta conexão deveria ser gerenciada de modo que se tornasse um canal com fornecedores únicos (single source).

Dessa forma evitava-se um mal que aflige empresas fornecedoras de partes e conjuntos de um produto de consumo final: o efeito chicote, também conhecido na sua versão em inglês de bullwhip effect (variação exacerbada da demanda na medida em que as informações são percebidas em tempos e sensibilidades diferentes pelos fornecedores e que gera estoques excessivos e/ou faltas de produtos).

Além dessa profunda modificação na ótica de gestão da logística, outros fatos ocorridos recentemente, indicam que os ganhos de competitividade baseados em aquisição de tecnologia da informação, estão rapidamente se tornando “commoditie de gestão”.

Na medida em que várias empresas igualam as suas capacidades tecnológicas, tem-se um mercado mais competitivo e neste contexto, a tecnologia da informação, seja por hardware ou software, torna-se elemento qualificador para empresas se instalarem nesses mercados, e não mais classificadores.

Outros fatos recentes e que afetam somente o Brasil, indicam que o diferencial passará cada vez mais para uma era em que a inteligência dará lugar ao empirismo ou esperteza (seja ruim ou boa).

O fim da guerra fiscal assinala para um horizonte onde a competitividade não será mais da isenção, subsídio ou elisão fiscal e neste contexto as redes de transporte precisam ser otimizadas para que seja possível a manutenção da competitividade.

O novo cenário da logística preconiza que a competitividade exigirá profissionais altamente capacitados em modelagem matemática, além de conhecimento profundo das operações logísticas.

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