Preços agrícolas provocam salto do IGP-M no mês

Publicado em
29 de Novembro de 2014
compartilhe em:

O atraso no início do período de chuvas, esperado entre outubro e novembro, influenciou a formação de preços de alguns dos principais produtos agrícolas no período e é uma das principais razões que explicam o salto do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) no mês.

A arrancada do dólar e o reajuste nos preços dos combustíveis, no início deste mês, também ajudam a explicar a diferença. Depois de quatro meses de queda no meio do ano, seguido de altas amenas, de 0,20% e de 0,28% em setembro e outubro, o IGP-M registrou aumento de 0,98% em novembro. O acumulado em 12 meses, que vinha de sequência de seis meses em desaceleração, subiu de 2,96%, em outubro, para 3,66%.

"Em outubro, houve um choque agrícola moderado, por causa das chuvas que eram esperadas e não vieram. Com isso, os preços sobem", disse Salomão Quadros, superintendente-adjunto do IGP-M, da FGV. Essa situação, no entanto, é passado, disse. "As chuvas vieram, o que deve normalizar os preços no próximo mês." Segundo Quadros, é improvável que o IGP-M repita em dezembro um nível tão alto quanto a variação de novembro, o que deve colaborar para que o índice feche o ano próximo dos 3,66% acumulados em 12 meses.

Os efeitos desses choques apareceram em produtos de grande peso no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que verifica a inflação de produtos e matérias-primas no atacado, e responde por 60% de todo o IGP-M. O IPA saiu de variação 0,23% em setembro para alta de 1,26% em novembro. Em 12 meses, acumula 2,12%.

A soja, por exemplo, teve aumento de 6,05% em novembro e o milho subiu 6,56%. De outro lado, a guinada do câmbio também colaborou para uma pressão nos preços, o que apareceu principalmente no grupo que verifica o preços de matérias-primas para produtos industriais, como celulose, que teve alta de 4% (ante 2,13% um mês antes) e intermediários para a fabricação de resinas (alta de 0,1% em outubro para 3,42% em novembro).

Muito mais dependente de serviços, e com pouca relação direta com os preços das commodities, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), fatia do IGP-M que verifica a inflação no varejo, segue caminho diferente do IPA e mesmo do IGP-M no mês. O IPC acelerou em novembro, mas em intensidade bem menor, de 0,46% para 0,53%. Em 12 meses, no entanto, acumula 6,69%, quase o dobro do IGP-M e o triplo do IPA. "É influência dos serviços, onde a inflação ao consumidor é mais alta", explicou Quadros.

No item alimentação, por exemplo, os preços ao consumidor foram na contramão do que se viu nos preços agrícolas no atacado, com desaceleração de 0,63% em outubro para 0,55% em novembro.

Boletim Informativo Guia do TRC
Dicas, novidades e guias de transporte direto em sua caixa de entrada.