Lucro líquido da Petrobras cai 16%, para R$ 9,2 bilhões no 1º trimestre
A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse nesta segunda-feira (4) que os preços da gasolina no país estão "muito defasados em relação ao mercado internacional". Segundo ela, não é um bom momento para se falar em redução dos preços dos combustíveis.
"Nesse momento há uma defasagem muito significativa entre o preço do petróleo que compramos e produzimos e entre o que vendemos", disse.
Graça Foster, presidente da Petrobras, em evento sobre mulheres líderes (Foto: Simone Cunha/G1)
O spread (diferença entre o preço de compra e venda) entre o preço médio do petróleo nacional vendido ou transferido e a cotação média do barril do tipo Brent caiu de US$ 10,93, no primeiro trimestre de 2011, para US$ 6,93 nos primeiros três meses deste ano, segundo o resultado do período.
No primeiro trimestre, a Petrobras aumentou a importação de óleo diesel e gasolina para suportar o crescimento da demanda, de acordo com o relatório de resultados. A importação de derivados cresceu 46% na comparação entre o primeiro trimestre de 2011 e 2012, alcançando 406 mil barril/dia; e a de petróleo caiu 12%, para 358 mil barris/dia. Houve maior exportação de petróleo em virtude do aumento da produção, segundo a empresa, o que elevou em 20% e exportação na comparação anual.
A declaração foi uma reposta da presidente da Petrobras à pergunta da cantora Daniela Mercury sobre uma possível queda de preços de combustíveis, no evento Women´s World Forum. "Em relação à gasolina e diesel posso dizer que não é um bom momento (para redução de preços)", disse. "Estamos com preços domésticos muito defasados em relação ao internacional."
"Isso (ter uma gasolina mais barata que a produzida e importada) não é uma decisão que fica por muito tempo, evidentemente. Mas, em contrapartida, nosso mercado cresce de forma significativa e nós vendemos hoje um volume muito maior. E mais tarde, meses, um ano à frente, voltaremos a ter paridade de preço internacional e essa perda de resultado agora é convertida para lucro", afirmou.
Resultado do 1º tri
No resultado do primeiro trimestre de 2012, o volume de gasolina vendido no país foi 10% superior ao mesmo período de 2011. O maior aumento foi na gasolina, de 24%, em função da "maior competitividade do preço em relação ao etanol, ao crescimento da frota de veículos flex-fluel e da redução do teor de etanol hidratado na gasolina C (de 25% para 20%), a partir de outubro/2011", segundo o resultado da estatal.