Porto e aeroporto são preocupações do governo em competitividade, diz Dilma

Publicado em
05 de Março de 2013
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Pressionada pelo crescimento do PIB de apenas 0,9% no ano passado, a presidente Dilma Rousseff apostou ontem no papel da infraestrutura na retomada da economia. "O Brasil só vai andar para a frente se mexer naquelas questões que transformam a competitividade, por exemplo porto e aeroporto", disse a presidente, na Paraíba.

Segundo interlocutores, competitividade é o lema escolhido por Dilma para impulsionar sua campanha à reeleição em 2014. Numa alfinetada nas administrações do PSDB, ela afirmou que a economia brasileira tem hoje bases mais sólidas e corre menos risco de contágio pelas turbulências na economia mundial.

"Quando há um espirro no exterior, o Brasil não pega pneumonia", disse, repetindo raciocínio usado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para estabelecer um contraste com a sequência de crises enfrentadas pelo País no segundo governo de Fernando Henrique Cardoso.

Ao lado do governador Ricardo Coutinho (PSB) e do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT), Dilma avaliou que o País vem mudando graças à geração de emprego e "correção correta" do salário mínimo. "O Brasil vem mudando porque nós aumentamos as oportunidades de trabalho e reduzimos o desemprego", completou.

O governador, que elogiou o jeito "sensível" e "direto" da presidente, pediu investimentos do governo nos projetos do Porto de Cabedelo, que já foi apresentado à Secretaria Especial de Portos, e de expansão dos aeroportos do Estado. "São desejos. Fizemos o nosso dever de casa em 2011 e 2012", disse Coutinho.

Dilma entregou 576 unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida e 22 retroescavadeiras a municípios paraibanos. Ela também anunciou o repasse de R$ 70 milhões para um centro de convenções em João Pessoa e R$ 6 milhões para saneamento básico.

Promessa. Em meio à polêmica sobre o atraso e a disparada nos custos da transposição da bacia do Rio São Francisco, Dilma prometeu em discurso, na visita às obras do canal Acauã-Araçagi, em Itatuba (PB), que vai entregar as obras de interligação naquele Estado até 2014 e que toda a obra será encerrada até 2015.

"O Rio São Francisco é a fonte de água que resolverá o problema da região do semiárido e a Paraíba é um dos maiores beneficiários da interligação", disse. "Eu assumo o compromisso de que até 2014 entregaremos uma parte dessa interligação, bem como ela estará concluída até 2015."

Dilma admitiu que a obra principal de transposição não vai resolver o problema de abastecimento de água no Nordeste e considerou necessárias as chamadas "obras estruturantes" para levar a água dos canais até a torneira dos moradores.

A presidente voltou a cobrar projetos para obras e reafirmou que a falta deles é que é o problema, e não os recursos. E retomou o discurso de parceria com empresários e políticos, nesse caso para levar água a todo o Nordeste. "Ficamos 500 anos sem resolver o problema da água e nossa geração vai resolver esse problema, que é um dos desafios."

"Não temos tecnologia para controlar clima e chuvas, mas temos dinheiro e tecnologia para os projetos estruturantes para assegurar que o Nordeste seja uma das regiões com crescimento acelerado e a região que terá desempenho econômico mais expressivo do Brasil", concluiu.

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