Pórticos do sistema ponto a ponto ficarão com 6,50m de altura livre

Publicado em
03 de Julho de 2012
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A diretoria da ARTESP através do Ofício OF.CGD 0249/12 informa que, via de regra, a Agência adota como parâmetro de projeto para obras e instalações com projeção sobre a pista de rolamento a altura livre de 5,50m e que no caso dos projetos pilotos do sistema ponto a ponto, por medida adicional de segurança, foram adotados até o momento os gabaritos de 6,00m no projeto piloto de Indaiatuba e 6,50m no de Jaguariúna.

Para o vice-presidente executivo do Sindipesa, João Batista Dominici, apesar de acima dos padrões, o gabarito vertical de 6,50m não é suficiente para atender ao escoamento de boa parte das cargas com dimensões excedentes produzidas ou destinadas a projetos no Estado de São Paulo. Por causa disso, já protocolou junto à própria Artesp pedido de agendamento de reunião para discutir o assunto e tentar elevar o valor para pelo menos 7,0m e que o projeto seja dotado de mecanismos que evitem a necessidade de remoção/elevação de equipamentos do novo sistema de cobrança de pedágios.

Confira abaixo cópia do ofício em resposta à petição do Sindipesa:

Confira abaixo teor do alerta e da carta do Sindipesa enviada a Artesp: 

Este é o alerta do SINDIPESA ao governo do Estado de São Paulo através de carta a ser protocolizada na ARTESP na próxima segunda-feira (11/06).

A razão do temor das empresas que transportam as chamadas cargas de projeto, cargas especiais, superdimensionadas, superpesadas, com pesos e/ou dimensões excedentes é que os equipamentos de leitura da "tag" serão implantados em pórticos com 6 metros de altura e esse gabarito é insuficiente para a viabilidade de uma série de cargas produzidas no Estado de São Paulo.

Se todas as rodovias concessionadas no estado de São Paulo adotarem o sistema ponto a ponto, transportar uma carga de Ribeirão Preto para  o Porto de Santos vai ser extremamente caro e demorado, alerta o Eng.º João Batista Dominici, vice-presidente executivo do Sindipesa, inviabilizando a indústria pesada paulista.

Para cobrir os mais de 5 mil quilômetros de rodovias concessionadas terão que ser implantados centenas de pórticos, como o acima.

Para Dominici, mesmo que a altura dos pórticos seja elevada para 7 metros, ainda assim não atenderia todas as cargas e traria um complicador a mais para essa atividade no Brasil, que sofre com falta de infraestrutura, custos exorbitantes e excesso de Burocracia.

Confira abaixo, reprodução da carta a ser encaminhada à ARTESP, ao DER e à Secretaria de Transportes e Logística:

 

Carta OF.SINDIPESA/PRE Nº 037/2012

São Paulo, 08 de junho de 2012

Ao Ilmo Senhor
Marco Antônio Assalve
DD. Diretor de Operações da ARTESP
São Paulo - SP

Ref.: interferência dos pórticos do sistema ponto a ponto de cobrança de pedágio ao trânsito de cargas com altura excedente

Prezado Senhor,

SINDIPESA - SINDICATO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE E MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS PESADAS E EXCEPCIONAIS, entidade sindical com endereço no Município de São Paulo, à Rua Batataes nº. 391, Jardim Paulista, CEP. 01.423.010, inscrita no CNPJ/MF sob o nº CNPJ 05.777.480/0001-15 e Inscrição Estadual ISENTA, em nome das suas associadas, vem expor e, ao fim requerer, o que segue:

1. O estado de São Paulo abriga a maioria das indústrias pesadas no Brasil (Siemens, Confab, Alstom, ABB, Voith; Dedini, Jaraguá, etc);

2. Por consequência é neste estado de São Paulo que são produzidas mais de 60% das máquinas, partes, peças e equipamentos essenciais ao desenvolvimento dos setores de gás e petróleo; mineração e siderurgia; energia elétrica, indústria de um modo geral e infraestrutura;

3. Quanto maior o desenvolvimento tecnológico e dos materiais e maior o desenvolvimento do país, maiores e mais pesadas são as cargas especiais;

4. São cada vez mais comuns cargas com 7, 8 e até 9 metros de altura;

5. Recentemente, para o transporte de uma carga da Petrobrás (vide foto abaixo) foi necessário fazer o içamento da carga por cima de um viaduto;

 

É, portanto, diante desses fatos que vimos à presença de Vossa Senhoria para alertá-lo e à ARTESP e ao DER, e às Concessionárias de Rodovias, enfim aos diversos entes governamentais com responsabilidade sobre o assunto, para as enormes dificuldades que advirão, se nada for feito, com a implantação do SISTEMA PONTO A PONTO DE PAGAMENTO DE PEDÁGIO.

Segundo informações dessa ARTESP e de matérias publicadas na imprensa o SISTEMA PONTO A PONTO DE PAGAMENTO DE PEDÁGIO vai fazer uso de tecnologia implantada em pórticos cobrindo toda a largura da rodovia com gabaritos verticais em torno de 6 (seis) metros de altura.



Isso significa dizer que, o trânsito de qualquer conjunto transportador (veículo + carga) com altura superior a esse limite (são muitos) vai requerer a remoção ou elevação desses pórticos com prejuízos não só para o próprio sistema e seus usuários, mais principalmente para as empresas que produzem e transportam cargas excedentes no estado de São Paulo, que terão seus custos majorados e suas operações dificultadas e prejudicadas.

É, pois, em vista desses fatos que pedimos seja essa realidade (demanda de transportes especiais com altura superior a 6 metros) considerada e que a solução a ser implementada leve em conta a necessidade de se reduzir os entraves e os custos ao transporte de máquinas e equipamentos no Estado de São Paulo e não de aumentá-los.

Um gabarito vertical em torno de 7,0 metros de altura minimizará muito o problema, mas não o eliminará, razão pela qual insistimos que o melhor é que não se aumentem as dificuldades já muito sérias para a logística desses materiais, como já dissemos, fundamentais ao desenvolvimento do estado e do país.

Desde já agradecemos pela atenção, ao tempo em que nos colocamos à disposição para debater o assunto e ajudar no equacionamento dos problemas.

Atenciosamente, 

João Batista Pinheiro Dominici 
Vice-presidente executivo do Sindipesa 
[email protected]

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