Artigo escrito por Eng.º João Batista Dominici
Todo mundo está cansado de saber: o que define o preço final de qualquer produto ou serviço são variáveis de mercado e não quanto custa ou custou para produzir.
Se há oferta excedente de caminhões, por exemplo, o preço do frete vai cair.
Em contrapartida se faltam motoristas e isso impacta a quantidade de caminhões disponíveis o preço do frete vai subir, aliás como está acontecendo na Inglaterra e nos Estados Unidos.
O preço do diesel, do salário dos motoristas, dos veículos novos ou usados, dos pneus também pressionam o preço do frete, mas são menos sensíveis pelo mercado se essas variáveis não impactarem a oferta de caminhões.
Ainda assim, por que é importante as transportadoras calcularem e manterem atualizadas suas tabelas de frete?
Por várias razões. Entre elas para conhecer melhor seus custos e aquilatar se aquilo que o mercado está disposto a pagar permite alguma margem de lucro. Para ajustar suas estratégias comerciais, suas decisões de negócios, seu relacionamento com novos ou velhos clientes. Para decidir por investimentos futuros, seja na ampliação ou na renovação da frota, para definições com relação aos mercados nos quais vale apenas atuar, se com frota própria ou de terceiros.
Vale lembrar que em épocas conturbadas, como a que vivemos, em especial no setor de transportes de cargas, sempre haverá competidores dispostos a operar com prejuízos, principalmente quando seus custos fixos são muito altos e precisam ser amortizados.
Já disse alguém, que ‘recebendo todo o custo variável, um real à mais já ajuda a amortizar o custo fixo e tocar o barco’.
É verdade, mas ao longo do tempo é perigoso. Para o transportador, que não poderá fazer isso todo o tempo, e para o cliente, posto que em algum momento irá se deparar com solicitações de reajustes ‘irrealizáveis’ ou declínio do comprometimento e da qualidade dos serviços prestados.
Por outro lado há um elevado percentual de empresas que operam sem as qualificações mínimas ou o comprometimento necessário, ainda que o não atendimento correto aos requisitos legais, possa colocar em risco a segurança das pessoas e das cargas, assim como o nível de serviço..
Não é difícil imaginar os danos e os estragos, para todos, quando isso acontece no transporte de cargas regulamentadas, tais como produtos perigosos ou com peso e dimensões excedentes.
Pelo lado dos embarcadores, esse conhecimento é essencial, pois permite que se analisem as diversas alternativas de mercado, incluindo-se aqui, outros modais. Conhecer o mercado fornecedor, assim como os principais componentes de uma tabela de fretes torna-se necessário ao se estabelecer estratégias logísticas. De curto e médio prazos.
Avaliar se “preços contratados” são viáveis no curto e médio prazos, tanto para embarcador como transportador, ajuda, como diz um ditado popular, “evitar que o barato saia caro.
Presidente da Logispesa – Associação Brasileira de Logística Pesada e Editor do Site Tabelas de Frete.