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Carreta inicia processo de tombamento ao entrar na curva

Nelson Bortolin / Revista Carga Pesada

Não são necessárias estatísticas da Polícia Rodoviária para se concluir que o número de tombamentos de carretas no País é bem alto. Basta digitar no Google duas palavras: “tombamento” e “carreta” e apertar o enter. Na manhã desta quarta-feira (4), a reportagem fez o teste, selecionando apenas as notícias das últimas 24 horas. Apareceram seis acidentes: na serra de Petrópolis (RJ), em Nova Mutum (MT) , em Catanduvas (SP), em Alto Piquiri (PR), em Santos Dumont (MG), e em Garibaldi (RS). 

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Acidente no qual o veículo sofreu efeito canivete

Quando um veículo de carga entra numa curva, parte do peso do lado interno é transferido para o lado externo à curva. E, a partir desta transferência de peso, os pneus do lado interno podem perder o contato com o piso. Essa transferência esta associada à velocidade com o que veículo entra no trecho sinuoso. Uma vez iniciado o processo, o tombamento é inevitável. Essa é uma das principais causas de acidentes envolvendo veículos de carga no País, segundo o engenheiro mecânico Rubem Penteado de Melo. Manobras bruscas, como deixar o veículo ir para o acostamento e tentar retornar de forma rápida, são outras causas frequentes de acidentes.

Também é bastante comum, de acordo com Melo, o tombamento de carreta-tanque. Principalmente quando ela não está completamente cheia. O balanço do líquido provoca um efeito chamado “slosh”, que reduz a estabilidade do veículo. “Há também outros efeitos, como o canivete, que provocam acidentes gravíssimos”, afirma Melo, que é responsável pelo Curso Prevenção de Acidentes no Transporte Rodoviário de Cargas, da TRS Engenharia, de Curitiba.

Tombamento de carreta-tanque

Tombamento de carreta-tanque

Ele ressalta a necessidade de o motorista entender os aspectos relacionados à física que envolvem sua atividade. “Entender um fenômeno é ter capacidade de predizê-lo e de preveni-lo. Quando motorista deixa de acredita que tombamento é obra do acaso, passa a adotar ações preventivas”, explica. Mas o engenheiro também salienta a importância de os transportadores abandonarem mitos e manias que podem acarretar tragédias. “Uma dessas manias é virar o pino-rei (peça responsável pelo engate da carreta no cavalo) depois de desgastado para ser utilizado do outro lado. Pior ainda, muita gente enche o pino-rei de solda numa tentativa de prolongar sua vida útil”, conta.

De acordo com Melo, um check list de apenas de 10 minutos, que deve ser feito diariamente pelo próprio motorista, é capaz de evitar muitos acidentes.

Engate e desengate da carreta além de amarração de carga de forma correta também estão entre os conteúdos do curso. Mais informações www.trs.eng.br