No Cade, existe um inquérito administrativo que avalia a operação e cerca de dez companhias e associações se opõem ao negócio
ALL e Rumo: fusão preocupa o mercado
A fusão entre a América Latina Logística (ALL) e a Rumo Logística preocupa o mercado. Prova disso é o número de petições protocoladas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) de empresas e associações em alerta com a união das duas companhias.
Segundo o órgão antitruste, existe um inquérito administrativo aberto para avaliar a operação. Até a última terça-feira, prazo máximo para que as empresas se manifestassem sobre a transação, pelo menos 10 companhias e associações se opuseram ao negócio.
Entre as empresas impugnantes, estão a rede Ipiranga, que pertence ao grupo Ultra, e a Novo Oriente.
Outras sete associações também manifestaram preocupação com o negócio. Entre elas, a Federação das Indústrias do estado do Paraná (Fiep) e a Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio).
A Rumo Logística pertence à Cosan, maior produtora de açúcar do Brasil. A união com a ALL levanta duvidas no mercado sobre as prioridades que a empresa dará como dona da maior companhia ferroviária do país.
O mercado contesta, por exemplo, se a companhia vai priorizar o transporte de açúcar e deixará outros carregamentos de lado. Além disso, a Cosan pode também cobrar taxas mais altas para transportar produtos de concorrentes.
A operação entre a ALL e a Rumo foi anunciada em abril deste ano e é avaliada em mais de 11 bilhões de reais. Resta agora saber quais serão as restrições impostas pelo Cade para que ela seja concluída.
A favor
Ao contrário do que EXAME.com informou, o Grupo São Martinho entende que a fusão entre a ALL e a Rumo "não resultará em dificuldades adicionais para acesso de outras empresas às ferrovias atualmente sob gestão da ALL".
"Acreditamos que a operação poderá resultar em novos investimentos nas linhas férreas e equipamentos de transportes", afirmou a companhia, em documento protocolado no Cade.