Quatro comerciantes da região também foram presos preventivamente. Mandados são cumpridos em Uberlândia e outros seis municípios.
Materiais apreendidos e pessoas presas foram levadas para sede da Polícia Federal em Uberlândia
Quinze policiais rodoviários federais e quatro empresários foram presos após serem investigados em um esquema de cobrança de propina em rodovias do Triângulo Mineiro. Uma operação da Polícia Federal (PF), em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Controladoria-Geral da União (CGU), foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (22) em Uberlândia para cumprimento de mandados de prisão e apreensão.
As investigações começaram há sete meses depois que a Corregedoria da PRF em Brasília recebeu a denúncia. Em seguida, foi instaurado inquérito pela Delegacia Federal de Uberlândia. Os presos foram encaminhados à PF e serão indiciados pelos crimes de corrupção passiva e associação criminosa.
Operação 'Dominicano'
A 2ª Vara Criminal de Uberlândia expediu 19 mandados de prisão preventiva e 33 de busca e apreensão, que foram cumpridos nesta manhã em Uberlândia, Araguari, Monte Alegre de Minas, Canápolis, Centralina, Delfinópolis e Itumbiara (GO).
De acordo com a PF, os investigados solicitavam propina dos usuários das rodovias que trafegavam de forma irregular, deixando de aplicar multas. Enquanto isso, empresários dos ramos de seguros, guincho e pátio eram beneficiados no esquema ao obter vantagens na relação com os policiais acusados, sendo priorizados para atendimento de acidentes e ocorrências, com o objetivo de ter lucro fácil.
Participam do cumprimento de mandados aproximadamente 140 policiais rodoviários federais, 60 policiais federais e sete auditores da CGU.
A operação foi nomeada como "Dominicano" em referência ao antigo imperador romano do século I, Tito Flavio Domiciano, que entrou para história pela intolerância com a corrupção no império romano.
Esquemas de corrupção
A Polícia Federal explicou que em alguns casos os policiais investigados abordavam caminhoneiros nas rodovias e os veículos eram removidos aos "pátios parceiros" no suposto esquema. Os motoristas pagavam os valores aos pátios, que repassavam parte do dinheiro aos policiais rodoviários.
Em outras situações, funcionários de empresas de guincho iam até o trecho das abordagens nas rodovias para auxiliar na remoção dos veículos.