Policiais rodoviários federais são presos em operação conjunta em SC

Publicado em
22 de Outubro de 2015
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Eles são suspeitos de corrupção e apropriação de mercadorias apreendidas. Crimes eram cometidos no Posto da PRF em Barra Velha, Norte do estado.

Operação Rota Livre prende três policiais rodoviários federais.  (Foto: Polícia Rodoviária Federal/ Divulação)Operação Rota Livre prende três policiais rodoviários federais. (Foto: Polícia Rodoviária Federal/ Divulgação)

Uma operação integrada entre a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, denominada Rota Livre, desarticulou na manhã desta quarta-feira (21) uma associação criminosa de policiais rodoviários federais suspeitos de corrupção e apropriação de mercadorias apreendidas em Santa Catarina.

Três agentes foram presos e um civil, que se passava por policial, foi conduzido coercitivamente para delegacia da Polícia Federal de Joinville. As prisões foram feitas em Joinville, Balneário Camboriú e no Posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Barra Velha, no Norte do estado, onde os crimes eram cometidos.

“Na casa do civil envolvido nos crimes apreendemos um cone, usado para barreiras na rodovia, e fardas da PRF. Um dos policiais presos já havia respondido pela prática do mesmo crime no estado de São Paulo. Por isso, inclusive, chegou a ser afastado da PRF, mais tarde, mediante ação judicial, retornou  ao trabalho”, afirma o delegado Oscar Biffi.

De acordo com o delegado, o civil envolvido nos crimes era proprietário de uma empresa de guincho contratada pela PRF para atuar na rodovia. “As apreensões de veículos eram feitas, para que os criminosos lucrassem com o guinchamento”, completa Biffi.

Três agentes da PRF foram presos durante operação Rota Livre (Foto: Polícia Rodoviária Federal/ Divulação)
Três agentes da PRF foram presos durante operação
Rota Livre (Foto: Polícia Rodoviária Federal/ Divulgação)

Mercadorias do Paraguai
De acordo com a Polícia Federal, o grupo formado por três policiais rodoviários federais, atuava interceptando e abordando veículos e ônibus de excursão que trazem mercadorias importadas, vindos de roteiros de compras no Paraguai, a pretexto de efetuar ações de repressão ao contrabando e descaminho.

Os suspeitos conheciam o horário de passagem dos ônibus pela região de Barra Velha. Nas abordagens, todas as bolsas com compras eram retiradas do bagageiro, vistoriadas e as mercadorias apreendidas.

As investigações indicaram que os policiais cobravam propina para liberar as mercadorias ou, dependendo da mercadoria, eles se apropriavam dos produtos para a revenda, sem  que fossem encaminhados à Receita Federal e sem a lavratura de documento ou comprovante ao passageiro.

Investigação
A investigação teve início em 2014, a partir de denúncias feitas por passageiros lesados à Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal. Concluídas as investigações iniciais, que apontaram para a prática de irregularidades funcionais e crimes, a Corregedoria da PRF encaminhou toda a documentação para a Polícia Federal.

A Polícia Rodoviária Federal declarou por meio de sua assessoria de imprensa que participou desde o início da operação Rota Livre e deve continuar fornecendo documentos e tudo que for necessário para a conclusão do inquérito.

De acordo com a polícia, os envolvidos devem responder pelos crimes de associação criminosa, concussão ou a exigência de vantagem indevida por parte do servidor público e peculato (apropriação/desvio de bens e valores da administração). As penas somadas podem chegar a 23 anos de prisão. Além disso, eles serão submetidos a processos administrativos disciplinares que podem resultar na pena de demissão do cargo.

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