Polícia Rodoviária Federal para hoje nas estradas de São Paulo

Publicado em
24 de Agosto de 2012
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PRF e Polícia Federal decidiram manter greve; em Brasília, houve tumulto em frente ao Palácio do Planalto

A greve da Polícia Rodoviária Federal em São Paulo começa hoje, a partir do meio-dia, por prazo indeterminado. Segundo o sindicato da categoria, não haverá operação-padrão, que foi proibida pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Os motoristas, porém, devem ter transtornos.

Hoje, às 13h, a categoria vai fazer um protesto em frente à superintendência da corporação, às margens da via Dutra, na zona norte da capital.

Desde segunda-feira, policiais rodoviários federais de outros Estados começaram a fazer suas paralisações.

Em São Paulo, a categoria afirma que a via Dutra não será fechada. Durante a greve, diz o sindicato, só 30% do efetivo vai trabalhar, priorizando o atendimento de acidentes.

Além da via Dutra, outras rodovias federais afetadas em São Paulo durante a paralisação serão a Régis Bittencourt e a Fernão Dias.

Há orientação para que as multas sejam aplicadas.

"Vamos atender a população e manter o serviço essencial, ajudar as vítimas, retirar os veículos, mas não vamos dar seguimento ao aspecto administrativo, como a elaboração dos boletins de acidente de trânsito", afirma o inspetor Orival Aguilar, membro da comissão regional de mobilização do sindicato.

Ontem, representantes da Polícia Federal e da PRF se reuniram com o Ministério do Planejamento para ouvir a oferta do governo, cujo limite orçamentário é de aumento de 15,8%, diluídos nos próximos três anos. Ao final da reunião, as duas categorias decidiram manter a greve.

Tolerância zero - O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disse ontem que não haverá tolerância diante de "abuso de direito de greve", e não descartou a demissão em casos extremos.

"Em situações que qualifiquem só infração funcional, serão tomadas as medidas disciplinares cabíveis, proporcionais à infração, que podem chegar até a demissão do servidor", disse Cardozo.
Servidores entram em confronto com a Polícia Militar - Servidores do Judiciário provocaram tumulto ontem em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília. Cerca de 500 pessoas, segundo a Polícia Militar, derrubaram uma grade de proteção instalada na praça dos Três Poderes e entraram em confronto com policiais.

O trânsito foi interrompido na região e um homem chegou a ser detido por derrubar a grade. Os manifestantes jogaram pedras, faixas e água nos policiais. A polícia utilizou spray de pimenta contra os servidores. A tropa de choque da Polícia Militar também foi acionada para reforçar a segurança.

Segundo o comandante do policiamento, tenente-coronel Antonio Carlos, a segurança no local foi ampliada em função da greve dos servidores.

O efetivo na Esplanada dos Ministérios e na praça dos Três Poderes passou de 60 para 400 policiais de prontidão.

No Rio, a tropa de choque da PM usou spray de pimenta e gás lacrimogêneo para dispersar cerca de cem alunos da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) que protestavam dentro do campus, na zona norte.

Greve na Anvisa não causa falta de remédios, diz ministro - Laboratórios e licitações são causas, afirma Padilha.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, negou ontem que a greve dos servidores da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) esteja causando desabastecimento de medicamentos no país.

Segundo Padilha, o abastecimento de remédios importados (que precisam de autorização da agência para entrar no país) está garantido devido as ações do governo desde o início da paralisação, em 16 de julho.

A principal delas é a decisão judicial em vigor desde o último dia 10 que garante 70% -ou 1.185 servidores- da Anvisa no trabalho. O sindicato da categoria afirmou que cumpre a decisão.

Segundo o ministro, problemas no abastecimento não têm relação com a paralisação. "São casos de atrasos em licitações, alteração no processo de produção dos fabricantes e outros problemas."

A Associação Nacional de Hospitais Privados informou que 75% dos hospitais a ela filiados indicaram problemas com estoques e que "tem conhecimento de que há problemas com o abastecimento" de alguns produtos. A entidade diz esperar por um desfecho rápido da situação.

O Ministério da Saúde esclareceu que a falta de medicamentos nos hospitais do Andaraí e no AC Camargo, bem como em Limeira (SP) e Jataí (GO)-casos que haviam sido divulgados-ocorrem por problemas de distribuidores e laboratórios e não têm relação com a greve na Anvisa.

Policiais rodoviários federais do Paraná aderem à greve reclamando de defasagem salarial (Agência Brasil)

Entre os serviços afetados pelo movimento está a emissão de boletins de acidentes

Os servidores da Polícia Rodoviária Federal (PRF) entraram hoje (23) em greve por tempo indeterminado no Paraná. Integrantes da categoria mantêm uma vigília em frente à sede da Superintendência Estadual da PRF, na BR-476, em Curitiba. Na manhã de sábado (25), os policiais rodoviários pretendem fazer uma manifestação em Foz do Iguaçu (PR).

De acordo com o Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais do Paraná (SinPRF-PR), pelo menos 30% do efetivo prestarão serviços essenciais durante a paralisação, como desobstruções de rodovias e atendimentos a acidentes com vítimas.
"O último reajuste salarial que conquistamos foi concedido há quatro anos, em 2008", disse o diretor jurídico do SinPRF-PR, Sidnei Nunes, em entrevista à Agência Brasil. "Se o governo federal vier com essa proposta indecorosa de 5% de reajuste pelos próximos três anos, já tem a nossa resposta: não. Esse percentual não repõe nem mesmo a inflação dos últimos anos."
Entre os serviços afetados pelo movimento estão a emissão de boletins de acidentes, o protocolo de recursos de multa e a disponibilização de escoltas. "Na verdade, vamos manter mais do que os 30% exigidos por lei, porque muitos postos da PRF funcionam hoje com apenas um ou dois policiais em dias normais", disse Nunes. "Não haverá atendimento ao público durante a greve."
Os policiais rodoviários federais reivindicam reajuste salarial, ampliação do efetivo, reconhecimento do nível superior para o cargo de policial, pagamento de adicional noturno e insalubridade, além de reestruturação da carreira. O salário inicial na PRF é R$ 5,8 mil.

A partir de amanhã (24), detentores de cargos de chefia da PRF devem entregar seus cargos e funções em apoio ao movimento no Paraná, a exemplo do ocorreu em outros estados.

A greve nacional por tempo indeterminado é a primeira em toda a história da PRF, instituição criada em 1928. "Não aceitaremos ser tratados como primo pobre do Ministério da Justiça", disse Ismael de Oliveira, presidente do SinPRF. "Ao invés de fazer ameaças ou propor uma ingerência paliativa, como o uso da Força Nacional de Segurança nas regiões de fronteira, o governo deveria negociar de fato com a categoria", disse Nunes.
 

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