PIB cresce 0,2% no 1º trimestre com queda da indústria e de investimento

Publicado em
31 de Maio de 2014
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Indústria teve queda de 0,8% e investimento de 2,1%, informou o IBGE

A economia do País desacelerou o crescimento no primeiro trimestre de 2014. O Produto Interno Bruto (PIB) subiu 0,2% no primeiro trimestre, impactado sobretudo pela queda da indústria e dos investimentos. O consumo das famílias ficou praticamente estável. No último trimestre de 2013, o PIB havia avançado 0,4%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O agronegócio, que subiu 3,6%, foi o que puxou o crescimento da economia. A tendência para o PIB do setor no restante do ano é positiva, avaliou Robson Mafioletti, agrônomo e assessor da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). Conforme ele, o desempenho dos setores de grãos e carnes deve continuar firme. E mesmo as safras de café e de cana-de-açúcar, que registraram quebras por conta da estiagem no início do ano, serão compensadas pela alta dos preços internacionais dos produtos.

"O trigo vai dar um puxada boa. A produção será maior, em torno de 7 milhões de toneladas, a partir de dados preliminares. No ano passado, foram 5 milhões de toneladas. A perspectiva para a soja também é positiva, com produção passando de 81 milhões para 87 milhões de toneladas", afirmou. "O PIB não está ruim, se levarmos em conta que o PIB brasileiro não deve chegar nem a 2% (neste ano)", avaliou Mafioletti.

O resultado do PIB veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas de 65 instituições consultados pela Agência Estado (de -0,30% a +0,60%), que resultou numa mediana positiva de 0,20%. Na comparação com o primeiro trimestre de 2013, o PIB avançou 1,90% no primeiro trimestre deste ano. O resultado ficou dentro das estimavas dos analistas do mercado, que previam alta entre 0,90% e 2,50%, com mediana de 1,98%.

Com o dado divulgado hoje, o PIB acumula alta de 2,5% no acumulado em 12 meses até o primeiro trimestre de 2014. Ainda segundo o instituto, o PIB do primeiro trimestre do ano totalizou R$ 1,2 trilhão.

Queda da indústria. O desempenho fraco da economia sofreu impacto da indústria, que não teve um bom primeiro trimestre. O PIB da indústria caiu 0,8% no primeiro trimestre de 2014 em relação ao quarto trimestre de 2013, o pior resultado do segmento desde o segundo trimestre de 2012, quando tinha recuado -1,8%. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, o PIB da indústria mostrou alta de 0,8%.

Para o setor automotivo, o primeiros meses de 2014 também foram difíceis. A indústria de transformação, que engloba o setor, caiu 0,5%. Montadoras já falaram em dar férias coletivas para ajustar o ritmo de produção ao menor volume de vendas deste ano.

Investimento e poupança. A taxa de investimento, de 17,7% Produto Interno Bruto (PIB) é a pior para primeiros trimestres desde 2009, quando ficou em 17,0%. Já a taxa de poupança (12,7%) é a menor para primeiros trimestres da série histórica (desde 2000) apresentada pelo IBGE.

A queda de 2,1% na formação bruta de capital fixo (FBCF) no primeiro trimestre do ano, ante o quarto trimestre de 2013, é a maior desde os três primeiros meses de 2012, quando o recuo foi de 2,2%. Já na comparação do primeiro trimestre com igual período do ano anterior, o recuo de 2,1% é o maior desde o quarto trimestre de 2012 (-4,2%).

Consumo das famílias. Impactado pelo aumento do juro ao longo dos últimos meses, o consumo das famílias caiu 0,1% no primeiro trimestre de 2014 em relação ao quarto trimestre de 2013, o pior resultado desde o terceiro trimestre de 2011, quando a queda foi de 0,3%. Nesta semana, o Banco Central interrompeu a escalada dos juros e manteve a Selic em 11% ao ano. Ainda assim, em 12 meses, a alta do juro é de 3 pontos porcentuais, o que acabou impactando no consumo das famílias.

Consumo do governo. Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, o consumo do governo mostrou alta de 3,4%, a maior taxa desde quarto trimestre de 2012, quando o avanço foi de 4,4%. Os próximos meses, porém, tendem a ser mais difíceis para o governo. A Receita Federal diminuiu as projeções de arrecadação devido ao ritmo lento da economia.

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