PHD avalia entrada de um investidor para crescer

Publicado em
23 de Junho de 2014
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Uma encomenda de um amigo levou Adão Marques à fabricação caseira de um guindaste, em 1997, depois de ter trabalhado 32 anos para duas grandes empresas do setor. Sem uma estrutura fabril, ele chamou dois ajudantes e fez o equipamento no prazo de um mês. Com o boca a boca dos clientes, novos pedidos surgiram nos meses seguintes e, ao fim de um semestre, o empresário tinha vendido 17 guindastes articulados. "Um deles, com dinheiro adiantado de um cliente, para que eu pudesse comprar as peças", relata.

Assim surgiu a PHD Guindastes. Dezessete anos depois, a companhia produz entre 600 e 700 unidades por ano, emprega 127 funcionários, 22 representantes de vendas e tem duas fábricas em Caxias do Sul (RS). No ano passado, faturou perto de R$ 100 milhões.

Agora, Adão prepara a companhia para uma nova fase, que ele espera acontecer em breve com a entrada de investidores. "Queremos crescer gradativamente. Nunca vendi [guindastes], sempre fui comprado. Mas podemos liderar este mercado", diz o empresário.

Segundo Jorge Zir Bothome, membro do conselho consultivo da empresa, a PHD já vem sendo sondada por fundos de investimentos. "O setor vai passar por um movimento de consolidação, e a PHD deverá fazer parte disso. Já estamos estudando um possível aporte de fundos", afirma.

No nicho em que a PHD atua, o mercado brasileiro é bastante pulverizado. Cerca de 30 empresas nacionais respondem por grande parte das vendas. São comercializados no Brasil 7 mil unidades por ano, em média, o que significa que a PHD tem uma participação de aproximadamente 9% no mercado. Concorre com companhias do porte da Palfinger , Terex e Masal. Em valores, o segmento movimenta R$ 900 milhões anualmente, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

O objetivo é elevar a fatia de mercado. E, dependendo de oportunidades de aquisições no setor, ampliar o alcance para diferentes tipos de equipamentos. Entre as opções estão gruas, plataformas, pontes rolantes, andaimes e guindastes telescópicos, diz Marques.

Os guindastes articulados - também chamados de guindastes veiculares - da PHD são acoplados à caminhões, muito usados nos setores de telefonia, energia e da construção. Os preços variam de R$ 30 mil a R$ 350 mil, dependendo da capacidade, e entre os compradores estão Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e CPFL.

Fabricantes estrangeiras também já sondam esse mercado no país, diz Bothome. "Essas companhias têm interesse em vender aqui. E podem ainda adquirir empresas locais para entrar mais rapidamente no mercado." Segundo Marques, há quatro vezes mais guindastes por pessoa na Europa do que no Brasil. Com uma frota ainda pequena, o país vem chamando a atenção de grupos internacionais principalmente por causa de sua grande necessidade de investimentos em infraestrutura.

Ainda assim, as expectativas do empresário não são de um grande desempenho do setor neste e no próximo ano. Pelo contrário. "2014 está muito difícil e 2015 também não será fácil", afirma. A expectativa é de encerrar o ano com alta de cerca de 15% nas vendas. Segundo diz, clientes de médio porte estão "estrangulados", com margens apertadas e dificuldade de obter financiamento. A linha Finame, com crédito mais barato para a compra de máquinas, ajudou muito o setor nos últimos anos, mas hoje compradores enfrentam dificuldades.

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