Petrobras retoma obras do Comperj com empresas estrangeiras

Publicado em
15 de Janeiro de 2017
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Com o impedimento das grandes empresas brasileiras do setor de fechar contratos com a Petrobras, licitação envolve cerca de 30 companhias internacionais.

Após dois anos sem investir em grandes obras, a Petrobras anunciou a retomada de parte de um de seus mais ambiciosos projetos na área de processamento e petroquímica, a implantação do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj). Nesta quarta-feira (dia 11/), a empresa comunicou ao mercado a licitação para construção da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do Comperj, que tem um orçamento estimado em R$ 2 bilhões.

A obra conta com cerca de 30% dos serviços executados, incluindo a aquisição de equipamentos, e estava sob responsabilidade da Queiroz Galvão, que abriu mão do contrato após seu envolvimento nas investigações da operação Lava Jato. Com o envolvimento de praticamente todas as grandes empresas brasileiras de engenharia e montagens industriais no maior escândalo de corrupção da história recente do país, a Petrobras limitou-se a convidar apenas players internacionais para o processo de licitação.

Ao todo, cerca de 30 companhias estrangeiras foram convidadas a prosseguir com a obra da UPGN, que vai receber o gás natural produzido a partir de 2020 no pré-sal da Bacia de Campos. Notícias que circularam na imprensa indicam que entre elas estão a alemã ThyssenKrupp, a chinesa Chalieco e a espanhola Acciona, entre outras. Segundo o diretor de Desenvolvimento da Produção e Tecnologia da Petrobras, Roberto Moro, o processo de concorrência deverá se estender por cerca de quatro a cinco meses e, caso as vencedoras não tenham operações no Brasil, deverão instalar unidades locais para tocar o projeto.

Atualmente, cerca de 20 empresas brasileiras do setor estão impedidas de fechar contratos com a Petrobras em função da operação Lava Jato. Entretanto, a companhia acredita que até o fim deste ano muitas delas possam superar esta condição, com a assinatura de acordos de leniência e sua colaboração com as investigações, tornando-se novamente habilitadas a fornecer serviços de engenharia, construção e montagem para órgãos estatais.

A UPGN deverá consumir cerca de dois anos e meio para a conclusão das obras civis. Até o momento, a Petrobras não consegue precisar se os R$ 500 milhões já investidos nesse projeto serão abatidos do investimento total na sua implantação, ou se ficarão computados como aumento no seu custo global.

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