Pedágios nas rodovias paulistas sobem de 2% a 14% no domingo

Publicado em
29 de Junho de 2012
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Em ano eleitoral, gestão Alckmin recua da ideia de mudar indexador em contratos antigos após ele ficar abaixo do esperado

As tarifas de pedágio ficarão de 2,2% a 14,3% mais caras a partir da 0h de domingo, dia 1º, em todas as rodovias estaduais paulistas concedidas à iniciativa privada.

Em ano de disputa eleitoral para prefeituras, 69% das praças terão um reajuste abaixo da inflação, que foi de 4,98% nos últimos 12 meses.

Isso ocorreu porque a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) recuou da decisão de deixar de usar o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) nas concessões de 1998 e 2000, como previsto nos contratos.

A mudança é uma questão circunstancial: contrariando o histórico recente, o IGP-M, da Fundação Getulio Vargas, ficou em 4,26%, abaixo do IPCA/IBGE (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o indexador oficial de inflação, utilizado nos contratos mais recentes.

O IGP-M é mais influenciado pelo dólar no longo prazo. Por isso, desde 1998, ele tem ficado acima do IPCA -no período, subiu 228%, contra 138% do indexador oficial.

Este foi um dos motivos que levaram Alckmin a definir o IPCA como indexador padrão. Logo que assumiu, após críticas sobre o preço dos pedágios na eleição de 2010, o governador havia dito que iria rever os contratos para baratear os valores.

De acordo com Karla Bertocco Trindade, diretora-geral da Artesp (agência de transportes do Estado), a opção por manter o índice menor nos contratos antigos não teve conotação eleitoral.
"Nenhum governante gosta de reajuste tarifário, mas ele teria impacto maior se estivéssemos falando de eleição para o governo estadual."

Além disso, diz, manter o IGP-M nos contratos antigos "não fez muita diferença", já que em 45 das 84 praças a nova tarifa seria a mesma com qualquer dos dois índices -em outras 34, a variação a menos não superou R$ 0,10.

Para ela, o IPCA, que valerá efetivamente para todos os contratos a partir do próximo ano, é um indicador mais perto da realidade do cidadão e mais adequado para reajustar os contratos, porque mede a inflação oficial do país.

Variações - Apesar de haver dois índices, o aumento real para o usuário tem mais variações por conta dos arredondamentos feitos nas tarifas, sempre para a casa dos R$ 0,10.

Em tarifas menores, o impacto percentual é maior, como ocorre na praça do km 15 da rodovia dos Imigrantes, em Diadema, onde o valor subirá de R$ 1,40 para R$ 1,60 a partir de domingo (14,3%).

Pelo mesmo motivo, a tarifa na praça de Iracemápolis (região de Piracicaba) da rodovia Deputado Laércio Corte vai aumentar apenas 2,2% (de R$ 4,50 para R$ 4,60), o menor reajuste no Estado.

A tarifa mais cara, do sistema Anchieta-Imigrantes, irá de R$ 20,10 para R$ 21,20 -alta de 5%. A mais barata é a do Rodoanel, que foi de R$ 1,40 para R$ 1,50 (7%).
No Estado - Cobrança por Km rodado deve chegar em 2013.

O sistema já é testado na região de Campinas. Por meio de uma "tag" (etiqueta eletrônica) instalada no carro, totens registram quando o motorista entra e sai da rodovia. Com isso, ele paga pelo trecho percorrido, enquanto outros, que não pagavam por não chegar até a praça de pedágio, passam a ser cobrados.

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