Pedágio só ficará mais barato no Paraná se houver prorrogação de contrato

Publicado em
15 de Agosto de 2013
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Segundo representante de concessionárias, processo de revisão deve terminar em 60 dias e busca “reequilíbrio”

Dentro de 60 dias os paranaenses podem ter uma notícia inédita: o pedágio pode baixar. Em entrevista coletiva na tarde de ontem, o diretor regional da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), João Chiminazzo Neto, disse que, em razão de uma revisão dos contratos, o valor cobrado pelas concessionárias pode sofrer alteração.

“Há uma previsão de que essa revisão possa estar pronta dentro de 60 dias e poderá ter aumento de investimentos e redução da tarifa”, declarou Chiminazzo Neto. Essa revisão está sendo feita há cerca de um ano, segundo ele, e pode resultar em um reequilíbrio no contrato ou prorrogação do período de concessão das empresas.

O pedágio foi instituído no Paraná em 1997, no governo Jaime Lerner. Os contratos atuais se encerram em 2022, mas o governo do Estado já admitiu prorrogá-los, em troca da redução das tarifas e da realização de obras de duplicação das rodovias. A proposta, porém, sofre resistências junto a segmentos políticos, e empresariais, como a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), que já se posicionou publicamente contra a ideia.

Por enquanto não há nenhuma previsão de quanto poderia seria essa redução das tarifas em negociação. “Ainda não temos como precisar nada porque são seis concessionárias e cada um tem a sua especificidade. Teremos que aguardar”, explicou Chiminazzo.

Segundo o diretor regional da ABCR nunca houve redução de tarifa das concessionárias porque o contrato está em desequilíbrio. “Passamos oito anos nos digladiando com o governo anterior. Nesse período não tivemos diversas obras reconhecidas, aumentos autorizados e nossas praças de pedágio foram depredadas. Com a vigência do contrato de 2002 não temos como reduzir a tarifa. Ela é absolutamente justa”, disse Chiminazzo Neto.

A entrevista foi convocada pela ABCR para rebater as informações dadas na manhã de ontem pelo deputado estadual Cleiton Kielse (PMDB) em reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa que investiga o pedágio . Em sessão ontem, Kielse (PMDB) apresentou estudo apontando um descompasso entre a receita das concessionárias e a falta de investimentos feitos nas rodovias paranaenses. De acordo com o relatório, em 14 anos as empresas teriam arrecadado R$ 20 bilhões, mas investido cerca 15%, aproximadamente R$ 3 bilhões.

A ABCR contesta e diz que a arrecadação no período foi de R$ 10,9 bilhões. O número de mortos nas rodovias pedagiadas também difere. Segundo Kielse em 2012 e 2011 teriam ocorrido 850 e 722 mortes, respectivamente. Já a Associação diz que este número é de 541 em 2012 e 477 em 2011.

Os dados fornecidos pela ABCR são com base em relatórios entregues ao Departamento de Estradas e Rodagem (DER) e auditorias terceirizadas, afirmou Chiminazzo. O diretor da entidade se colocou à disposição da CPI para prestar esclarecimentos: “Tenho todo o interesse em colaborar com a Assembleia Legislativa”.

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