Pedágio mais alto aumenta chance de sucesso em concessão de rodovias

Publicado em
01 de Novembro de 2013
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As chances de sucesso nos próximos leilões de rodovias federais aumentaram consideravelmente, na avaliação de empreiteiras interessadas na disputa, depois de novos ajustes feitos pelo governo. O grande teste ocorrerá no dia 27 de novembro, com a licitação da BR-163, no Mato Grosso. Foi definida uma tarifa máxima de pedágio de R$ 5,50 por cada 100 quilômetros. Vence quem oferecer o maior deságio.

Em conversas com o governo, as empresas diziam que somente esse valor - alcançado após intensas negociações com o Ministério dos Transportes e a Casa Civil - garantiria a presença de concorrentes no próximo leilão.

No lote encabeçado pela BR-060, que contempla a ligação rodoviária Brasília-Goiânia e trechos de outras duas estradas, a tarifa-teto subiu para R$ 5,90 por cada 100 quilômetros. Esse valor ainda fica em torno de 15% abaixo do nível desejado pelas empresas. A avaliação dos investidores é que, com isso, pode haver menos concorrentes e foi reduzido o espaço para grandes deságios nas propostas. Pouca gente, no entanto, vê o risco de falta de interessados. A licitação está marcado para o dia 4 de dezembro.

Outro fator valorizado pelas empreiteiras é que as duas concessões ficaram para depois do leilão dos aeroportos do Galeão (RJ) e de Confins (MG). A disputa pelos aeroportos, principalmente o Galeão, é considerada prioridade máxima para a maioria das construtoras. Muitas temiam o "risco" de vencer um dos leilões de rodovias e ficar com garantias patrimoniais comprometidas, em seus balanços, para a concorrência nos aeroportos. Por isso, ficaram satisfeitas com o novo cronograma e afirmam que vão se sentir livres para fazer propostas mais agressivas nas rodovias, caso não levem nenhum aeroporto.

Nos bastidores, os empresários elogiam o diálogo aberto com o Palácio do Planalto nas últimas semanas e afirmam que o ponto de inflexão foi o fracasso na tentativa de leiloar a BR-262, entre o Espírito Santo e Minas Gerais. Em setembro, a concessão da rodovia não recebeu nenhuma oferta, enquanto a licitação da BR-050 teve oito consórcios na disputa e 42% de deságio.

Nos estudos aprovados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), as tarifas máximas de pedágio para os dois próximos leilões eram menores, mas o governo fez ajustes adicionais. Reduziu a previsão de crescimento do PIB e o impacto que cada ponto percentual de expansão da economia tem sobre o fluxo de veículos. Também reconheceu um risco de engenharia que aumenta em 0,5% o valor previsto de investimentos nas obras.

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