A população do Estado de São Paulo amanheceu com uma notícia ruim, que vai pesar no orçamento de várias famílias: o aumento das tarifas de pedágios. A Artesp autorizou um reajuste de 4,46% em todas as praças. O nosso estado, que já tem os preços mais caros do Brasil, sofre mais uma vez com os reajustes de preços, que não são totalmente condizentes com a conservação e a qualidade da malha rodoviária.
Uma das mais afetadas será a população da Baixada Santista, já que está aqui a tarifa mais alta. Nas rodovias Imigrantes e Anchieta, que ligam a Capital ao litoral, o valor vai para R$ 27,40, R$ 1,20 mais caro. Pode parecer pouco, mas não é. Os moradores da região que trabalham na Capital terão que desembolsar mais de R$ 600 por mês para o deslocamento diário. É um valor que pesa muito no orçamento.
Apesar da renda per capita média da Baixada Santista ter crescido entre 2000 e 2010, segundo dados de 2013 apresentados pelo Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, a renda média na região é de R$ 996,70. Não é, portanto, difícil calcular o impacto desse aumento na vida dos moradores da nossa região.
Quem precisa fazer esse deslocamento usando ônibus fretado gastava, antes, uma média de R$ 600. E aqui está outro problema: os ônibus que transportam passageiros só podem viajar pela pista da Anchieta, uma rodovia com alto tráfego de caminhões, curvas sinuosas e que é palco de constantes acidentes. O trajeto é bem mais longo e perigoso e não condiz com o alto valor cobrado no pedágio.
Por isso, há uma reivindicação das empresas de transporte de passageiros para que o Governo autorize o tráfego destes veículos pela pista Norte da Anchieta e os caminhões só circulem pela pista Sul da rodovia.
Hoje, carros e motos podem descer pela pista Sul da Imigrantes, uma rodovia mais nova e mais rápida, com vários túneis. Mas, aos domingos e voltas de feriados, motoristas pagam um pedágio altíssimo e também são obrigados a descer pela Anchieta, que só tem duas faixas e é mais perigosa.
A conclusão é óbvia: pagamos muito caro para usar rodovias que poderiam ser muito melhor conservadas, com altos índices de acidentes e que não oferecem as condições ideais de segurança aos motoristas e passageiros. É preciso mudar isso, estamos fiscalizando as concessionárias para que cumpram os termos nos contratos de concessão e realizem, no prazo correto, as obras de melhoria. É preciso, também, atualizar os termos destes contratos, que já são antigos, para a nova realidade do estado.
Como integrante da Comissão de Transportes da Alesp, venho trabalhando para tentar tornar o sistema de pedágios mais justo para os usuários. Já apresentei três projetos sobre o tema e um quarto sobre a liberação da circulação dos ônibus e vans na pista descendente da Rodovia dos Imigrantes, de segunda a sexta-feira, no período das 18h às 21h, exceto nos feriados. A população da Baixada Santista precisa destas mudanças. E nós estamos cobrando!