A pavimentação da BR-163 no trecho entre Sinop (MT) e Miritituba (PA) já começa a gerar efeitos positivos, em 2020, para toda a cadeia logística de escoamento da soja e do milho para o Norte do país. Tanto o setor produtivo quanto os próprios caminhoneiros já sentem os impactos da obra, inaugurada, nesta sexta-feira (14), pelo presidente Jair Bolsonaro, pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e pelo diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), General Santos Filho.
O número de viagens mensais realizadas pelos caminhoneiros dobrou entre 2019 e 2020. Antes da pavimentação, um motorista levava cerca de dez dias para percorrer os 936 km entre Sinop e Miritituba. Agora, realiza a mesma viagem em quatro dias, em média. Isso significa que se o transportador fazia três viagens por mês, agora ele faz seis, em média. Os dados são do Movimento Pró-Logística, que representa os produtores que pagam pela carga.
Na prática, o aumento no número de viagens também tem gerado impacto positivo no faturamento dos caminhoneiros. No ano passado, um motorista ganhava cerca de R$ 26 mil por mês. Com a pavimentação da BR-163, o faturamento mensal passou para R$ 39 mil, aproximadamente – aumento de 50%.
“Os números comprovam que a obra já transformou a vida dos milhares de caminhoneiros que circulam todos os dias na rodovia. Estamos felizes em entregar a pavimentação dos 51km entre Moraes Almeida (PA) e Novo Progresso (PA), prometida há um ano. Sabemos que é somente o início de um ciclo que só tende a gerar mais benefícios para a região”, comemora o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
Produtores
Além do impacto sentido pelos caminhoneiros, os produtores que pagam pela carga também já percebem efeitos diretos no valor do frete pago pela carga. Segundo dados do Movimento Pró-Logística, o preço médio do frete caiu de R$ 230 para R$ 170 por tonelada transportada. Na prática, a viagem de um caminhão de sete eixos, que transporta 38 toneladas, custava cerca de R$ 8,7 mil, em 2019, para o dono da carga. Neste ano, a mesma viagem vale R$ 6,5 mil, aproximadamente – economia de 26% entre um ano e outro.
O valor do frete leva em conta fatores como a distância percorrida, assim como facilidades e dificuldades enfrentadas na rodovia, como a pavimentação, por exemplo. Assim, a viagem fica mais barata, porque o caminhoneiro faz o mesmo percurso mais vezes. Com isso, ele gasta menos tempo no deslocamento e no tempo de parada, o chamado transit time.
“Com a diferença do valor do frete pago, o Movimento Pró-Logística espera economia de cerca de R$ 780 milhões para o setor produtivo em 2020. Temos muito o que comemorar”, ressalta o diretor do movimento, Edeon Vaz. Ele destaca que a pavimentação aumentou em 30% a expectativa de escoamento da rodovia: de 10 milhões de toneladas transportadas, em 2019, para 13 milhões de toneladas, em 2020.