Escolher a melhor rota para o transporte de uma carga excedente, efetivamente, não é uma tarefa simples, ainda que a tecnologia de geoprocessamento e ferramentas baseadas no google maps ajudem muito.
Quatro fatores fundamentais devem ser levados em conta:
1. Segurança da carga, do trânsito e preservação da infraestrutura (pontes, pavimentos e demais equipamentos e instalações publicas);
2. Atendimento aos prazos contratuais (Transit Time)
3. A viabilidade estrutural (Capacidade Portante de pontes e viadutos) e Geométrica da Rodovia;
4. Custos:
- Distância de transporte;
- Gastos com combustível;
- Quantidade de AET's;
- Pedágio
- Tarifas pelo uso da via (TUV, TAP, etc)
- Operações especiais (inversão de pista, remoção de defensa, transposição de pedágio)
- Exigência de Escolta policial;
- Exigência de escolta credenciada;
- Acompanhamento de travessia por concessionárias
A partir de que pesos e dimensões o transporte precisa ser roteirizado?
Essa decisão depende muito do peso e dimensões da carga e do conjunto transportador e do percurso a ser percorrido. Regra geral, em rodovias federais, a roteirização do transporte deve ser considerado para pesos e dimensões acima dos valores abaixo:
- PBTC > 57 t
- Altura > 4,40m
- Comprimento > 30,00m
- Largura > 3,20m
Passo a passo para roteirização
I - certifique-se de estar de posse das dimensões corretas do conjunto transportador (veículo + carga);
II - certifique-se da origem e destino do transporte;
III - comece com o mapeamento das diversas rotas possíveis. Use o Qualp (www.qualp.com.br), Google maps, Maplink, ou outro da sua preferência;
- levante a distância do transporte;
- identifique tipo e gestão da(s) rodovia(s);
- quantidade de òrgãos envolvidos e AET's necessárias
- faça uma estimativa de custo com Combustível
- faça uma estimativa de custo com pedágio;
IV - identifique os órgãos com circunscrição sobre os trechos rodoviários;
V - levante a legislação, exigências e requisitos específicos;
VI - Verifique aqui se a rodovia é concessionada;
em rodovias concessionadas, em especial no estado de São Paulo, atenção para custos com pedágios, desmonte de praça de pedágio, pesagem, etc;
em rodovias não concessionadas, atenção para pontes e viadutos com restrição de capacidade portante;
VII - se a altura do Conjunto Transportador for superior a 5,0m, certifique-se da viabilidade geométrica do percurso;
VIII - se a altura do Conjunto Transportador for superior a 5,30m considere contratar um Estudo de Viabilidade Geométrica;
IX - se a largura do Conjunto Transportador for superior a 5,00 certifique-se se não será necessário o desmonte de praça(s) de pedágio;
X - se o PBTC do Conjunto Transportador for superior a 74t, certifique-se da capacidade portante de pontes e viadutos;
XI - mapeado o(s) percurso(s), identifique os órgãos (federal, estaduais e municipais) e/ou concessionárias com circunscrição sobre cada um dos trechos rodoviários;
XII - verifique com base em banco de dados de AET's se já passaram cargas com pesos e dimensões semelhantes;
XIII - identifique a necessidade de desvios, trânsito na contramão, remoção de equipamentos e instalações;
XIV - verifique se há regulamentação específica para o transporte de cargas excedentes;
XV - identifique os requisitos para trânsito de cargas excedentes;
XVI - identifique a documentação exigida para obtenção de AET;
XVII - identifique todas as exigencias relacionadas;
XVIII - identifique os prazos para concessão da AET;
XIX - faça o levantamento das taxas e tarifas;
XX - faça o levantamento de possiveis custos com remoção de equipamentos e instalações;
XXI - identifique os postos de fiscalização;
XXII - existência ou não de balanças para pesagem de cargas;
XXIII - se há necessidade de travessia de áreas urbanas;
XXIV - Se há restrições de dias e horários ao trânsito de cargas excedentes;
XXV - Outras recomendações:
As dificuldades para roteirização do transporte são proporcionais ao peso e dimensões do conjunto transportador;
Na hora de dimensionar o veículo, certifique-se que o peso e dimensões finais do conjunto transportador sejam as menores possíveis;
Os fatores que mais encarecem o transporte são: distância de transporte, restrições de trânsito e de capacidade portante de pontes e viadutos, tipo de gestão da rodovia (pedágio, em especial nas rodovias paulistas); exigência de escolta policial, necessidade de remoção de interferências e travessias em trechos urbanos