Para presidente da General Motors mercado crescerá apenas 1,8% em 2012

Publicado em
07 de Outubro de 2011
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Jaime Ardila, presidente da General Motors para a América do Sul, projeta a comercialização de 5,7 milhões de veículos em 2011 e crescimento de apenas 1,8% para o mercado na região em 2012, ritmo que se estenderá ao Brasil. Em encontro com jornalistas na quinta-feira, 6, em São Paulo, ele disse que as incertezas decorrentes das dificuldades com a economia global trarão impacto negativo para os negócios de veículos, provocando redução no ritmo de crescimento.

Pela sua expectativa, a retomada virá em 2013, com evolução de 5% nas vendas. “O ritmo deve se manter nos anos seguintes”, afirmou, estimando que serão comercializados 6,05 milhões de veículos em 2013 e 6,38 milhões em 2014 na América do Sul. A empresa deverá emplacar 1,1 milhão de unidades este ano e 1,4 milhão por volta de 2015. Em 2011 e 2012 a General Motors deverá contabilizar um total de 40 lançamentos na região.

Ardila admitiu que alguns ajustes terão que ser promovidos para assegurar o conteúdo regional de 65% exigido no Brasil pelo novo regime automotivo, em razão da renovação do portfólio de veículos: há ainda nove novidades na rampa de lançamento no País. “Os novos veículos deverão chegar aos 65% de nacionalização em até dois anos”, estimou. Segundo ele, o Cruze chega com cerca de 50% de conteúdo local.

Ele enfatizou que pretende utilizar o máximo de recursos locais na produção, mas manifestou preocupação com a elevação de custos na área trabalhista e insumos. “A GM prefere fabricar seus produtos onde eles são vendidos”, assegurou. “O País perdeu competitividade, e não se pode culpar apenas o câmbio. O custo Brasil pesa bastante”, observou. As exportações da marca caíram significativamente e estão limitadas ao México, Argentina e África do Sul, com pequenos volumes para o Chile, Uruguai, Paraguai e Venezuela.

O executivo analisou que a proteção ao mercado interno baseada apenas em tarifas de importação precisa mudar. Ele entende que há caminhos mais importantes para garantir a competitividade ao parque industrial, como assegurar avanços na área de infraestrutura e investir em desenvolvimento e inovação. “É preciso desenhar uma política industrial de longo prazo, pensando nas necessidades do mercado local.”

Em resposta a pergunta sobre eventuais lucros abusivos dos fabricantes de veículos, alvo de investigação proposta por um grupo de procuradores do Ministério Público Federal ao Ministério da Fazenda, Ardila lembrou que os preços dos automóveis vêm caindo, em razão da grande concorrência no mercado. “Depois que o governo promoveu o incentivo às vendas no varejo, com redução do IPI, não houve recuperação de preços.” Para ele, a indústria automobilística ajuda a conter a inflação, deixando de repassar aumentos de custos na produção.

Ardila disse também que não tem intenção de comercializar carros asiáticos no Brasil. Em outros países da América do Sul a General Motors oferece veículos chineses, coreanos.

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