Na avaliação de agosto de 2019, percentual de atraso era de 54%, enquanto há um ano de 48,7%
Uma pesquisa realizada com 2.500 empresas de transporte de cargas mostra que os fretes no Brasil vêm sendo pagos cada vez mais com atraso.
Do total das companhias consultadas, 61,5% delas têm valores a receber, segundo os dados da NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas e Logística) divulgados em evento realizado nesta quinta-feira (6), em Curitiba (PR). Na última avaliação da entidade, divulgada em agosto de 2019, o percentual de atraso era de 54%, enquanto há um ano de 48,%7.
"Teve um aumento, mas o mercado já se acostumou a receber o frete com atraso", disse Antônio Valdívia Neto, coordenador da pesquisa. Segundo Valdívia Neto, o problema maior para os transportadores seria o tempo para o pagamento que vem se estendendo cada vez mais.
"Antes era de 30 dias para o pagamento, depois expandiu para 45, e hoje você tem contratos que acertam pagamento em 120 dias. Só que enquanto atrasa o frete, as contas continuam vindo, e você tem que pagar os impostos e o combustível antes."
Em relação à tabela do frete, o otimismo deu uma reduzida. Enquanto em agosto do ano passado 41% das empresas viam a medida como positiva, nesta última pesquisa o total fechou em 35,7%. Logo que a iniciativa foi adotada durante o governo Temer, esse percentual era de 60%. Apesar desse cenário, o presidente da entidade, Francisco Pelucio, diz ver uma melhora no ânimo dos transportadores.
"De modo geral o cenário melhorou. Claro que dentro do setor de transporte tem segmento que melhorou bastante e segmento que não melhorou nada. Então houve uma pequena melhora frente a 2018." Os dados da pesquisa mostram que enquanto o desempenho das empresas pirou 44,1% em 2018, no ano passado esse contingente caiu para 39%.
Já na ponta dos que melhoraram, o percentual subiu de 25% para 35%. Sobre o recorte de projeção do mercado, para 29% dos entrevistados o cenário deve melhorar ante 24% em agosto de 2019 e 44,5% há um ano.
Dos pessimistas, o movimento foi oposto, começou baixo no ano passado, em 13,5%, subiu para 35% e agora está em 32%. "No começo do ano passado, o pessoal estava animado com o novo presidente. Depois deu uma desanimada e agora parece estar se ajustando", disse o coordenador da pesquisa.