O Fascinante Império de Steve Jobs,
de Michael Moritz
Universo dos Livros, R$ 39,90, 367 páginas

A grande ideia
Biografias não-oficiais são sempre as mais saborosas. Esta, que conta a história do fundador da Apple, é uma reedição atualizada e aumentada do original publicado em 1984. Na época, o autor, um jovem repórter da revista Time, teve pleno acesso à empresa e à vida privada de Jobs. O resultado é um livro fascinante, que merece ser lido por qualquer pessoa que já pensou em empreender.

O capítulo imperdível
De modo geral, o livro é um verdadeiro manual do empreendedor, já que dedica boa parte de suas 400 páginas a descrever em minúcias o surgimento da empresa. O capítulo A Estúpida Explosão mostra um momento crucial da carreira de Jobs, quando ele estabeleceu a identidade da marca Apple.

Passe pra frente
São inúmeras as lições do empresário visionário. Mas talvez a maior delas esteja nas páginas 282 e 283: trata-se de uma declaração com os nove valores corporativos que a empresa estabeleceu como princípios. Sobre "conquistas", por exemplo, o código de conduta diz: "Colocamos objetivos agressivos e trabalhamos arduamente para alcançá-los. Reconhecemos que nossos produtos irão mudar a maneira com a qual as pessoas trabalham e vivem."

Passe batido
Como em toda boa novela da vida real, alternam-se momentos decisivos e outros dispensáveis. Se você pular algum capítulo, vai perder o fio da meada. Então o melhor é pular os trechos mais descritivos e se concentrar na evolução da carreira de Jobs.

Veredito: 7,5 (nossa escala vai de zero a 10, sendo: 0 = Quem comeu o meu queijo?; 10 = Empresas feitas para vencer).


O Elemento-Chave,
de Ken Robinson, R$ 36,90, 264 págs.

A grande ideia
O encontro da aptidão natural com a paixão é o que o autor define como o elemento-chave. Para o escritor, a alquimia resultante dessa combinação cria a matéria com a qual se formam grandes talentos e empreendimentos. Para ilustrar essa tese, Robinson conta histórias, dos Beatles a Paul Samuelson, ganhador do prêmio Nobel de Economia, que poderiam ter seguido caminhos menores se tivessem dado ouvidos ao senso comum em lugar de ir atrás de suas epifanias.

O capítulo imperdível
O segundo tópico instiga o leitor a repensar todas as crenças sobre as próprias aptidões. Robinson discorre sobre a inteligência humana e como a tendência em medi-la nos induz a uma errônea ideia de quantidade, quando o melhor para entendê-la é pensar em qualidade. "De que maneira você é inteligente?", questiona o autor e acrescenta "a inteligência de uma pessoa é tão única quanto uma impressão digital". Essa é a resposta que todos devemos encontrar para começar a identificar o elemento-chave.

Passe pra frente
As dificuldades para se encontrar essa combinação de gosto e talento são poderosas. Existem obstáculos pessoais e pressões sócio-culturais para que sigamos caminhos determinados. Robinson cita os exemplos de Paul McCartney e Elvis Presley para mostrar como opiniões alheias frequentemente julgam as pessoas de modo superficial. Tanto o ex-beatle quanto o rei do rock foram barrados em grupos corais por falta de aptidão musical.

Passe batido
O capítulo 9 discorre sobre casos de pessoas que se realizaram a partir da meia-idade. Não por acaso ostenta o título de "É Tarde Demais?". A questão etária, no entanto, em nenhum outro momento é mencionada no livro como um obstáculo. A questão central das histórias mostradas é justamente a saída da zona de conforto, independentemente da fase da vida.

Veredito: 8 (nossa escala vai de zero a 10, sendo: 0 = Quem mexeu no meu queijo?; 10 = Empresas feitas para vencer).


A geração Y
De Sidnei Oliveira
Integrare Editora, R$ 35, 152 págs.

A grande ideia
Sidnei Oliveira se propõe, de uma vez por todas, a explicar quem é a geração Y. Ele identifica e justifica quais são as características mais marcantes e definidoras daqueles que cresceram acostumados com a internet e a velocidade das comunicações, e ajuda quem quer aprender a lidar melhor com os mais novos.

O capítulo imperdível
O primeiro capítulo é muito bom para quem não é "Y". Didaticamente, alerta para os possíveis choques entre as gerações, explica as constantes mudanças que viveremos a partir de hoje, e as fases pelas quais, inevitavelmente, se passa para aceitá-las: negação, resistência, exploração, aceitação, envolvimento e comprometimento.

Passe pra frente
O capítulo seis, "Aqui e Agora", alerta para os erros e os acertos no relacionamento com alguém tipicamente da geração Y. Essa geração tem muitas expectativas, vontades imediatas, é inovadora, dá importância ao resultado (e nenhuma ao processo) e, o mais importante e que vale para qualquer pessoa, precisa muito ser reconhecida. Para não pisar na bola com os funcionários, esse capítulo é um guia.

Passe batido
Apesar de fazer ressalvas quanto a isso, o capítulo três só se utiliza de estereótipos para definir o comportamento da geração Y, e falha pela falta de profundidade.

Veredito: 7 (nossa escala vai de zero a 10, sendo: 0 = Quem mexeu no meu queijo?; 10 = Empresas feitas para vencer)

Endomarketing de A a Z
De Analisa de Medeiros Brum
Interage Editora, R$ 29,90, 255 págs.

A grande ideia
A publicitária e consultora Analisa Brum tenta esclarecer aspectos do endomarketing (comunicação e marketing feitos dentro da própria empresa), cujo objetivo é criar uma consciência empresarial dentro de um clima organizacional positivo. Para facilitar a compreensão do leitor, a autora usa histórias reais e abusa das citações em letras garrafais para fixar conceitos apresentados no texto. Tenta ser um grande manual de gerenciamento de pessoas, cada capítulo começando com uma letra do alfabeto e desenvolvendo um tema específico.

O capítulo imperdível
Os capítulos 12, sobre motivação, e 14, sobre ouvir o público interno, falam sobre dois assuntos que muitas vezes confundem o empresário sobre qual a forma correta de fazer os dois. A autora dá alguns exemplos específicos de como fazer cada um deles e ainda conta histórias que podem servir de inspiração para quem lê.

Passe pra frente
A ideia de que marketing e comunicação internos eficientes são de extrema importância para manter o estado saudável da empresa, fato que hoje em dia acaba sendo ignorado por muitos empresários e considerado como algo inútil.

Passe batido
Tome cuidado com algumas das citações e histórias contadas pela autora, que mais parecem saídas de um livro de auto-ajuda do que de um livro prático para empresários. Mantenha-se aos cases reais.

Veredito: 6 (nossa escala vai de zero a 10, sendo: 0 = Quem mexeu no meu queijo?; 10 = Empresas feitas para vencer)

Ser Empreendedor
De Manuel Portugal Ferreira, João Carvalho Santos e Fernando A. Ribeiro Serra
Editora Saraiva, R$ 58, 321 págs.

A grande ideia
O livro pretende incentivar pessoas de todas as idades a considerar a possibilidade de se tornarem empreendedoras e iniciar o próprio negócio. Bastante didática, a obra foi escrita para um público bem específico: alunos da disciplina de empreendedorismo, mas pode ser útil para qualquer um que queira começar a própria empresa.

O capítulo imperdível
O segundo: O Empreendedor. Nesta parte do livro, os autores levam os leitores a entender o que é ser empreendedor, abordam as características comuns aos empreendedores e procuram identificar e desmistificar os mitos do empreendedorismo. Falam ainda sobre a mudança no estilo de vida das pessoas quando trocam as carreiras profissionais pela vida de empreendedor e trazem alguns testes para você avaliar se é mesmo hora de empreender.

Passe pra frente
O capítulo 3: Oportunidades e Ideias. A diferença entre uma ideia de negócio e uma oportunidade nem sempre está clara para muita gente. Nesse capítulo, os autores tentam ajudar o leitor a identificar fontes de ideias para novos negócios - desde a simples observação até pesquisas - e reconhecer tendências de mercado.

Passe batido
O capítulo 7: As Formas Jurídicas da Nova Empresa. Explica como escolher o melhor enquadramento jurídico que a empresa pode ter. Talvez essa parte seja melhor ver mesmo com um contador e não confiar apenas no seu entendimento sobre o tema. A legislação é bastante complexa e vale a pena conversar com quem entende do assunto na hora de constituir a sua empresa juridicamente.

Veredito: 8 (nossa escala vai de zero a 10, sendo: 0 = Quem mexeu no meu queijo?; 10 = Empresas feitas para vencer)