O orçamento de investimentos aprovado pelo Congresso Nacional foi de R$ 44 bilhões, valor que é menor que os R$ 58 bilhões aprovados para 2017 e menos da metade dos R$ 105 bilhões previstos em 2014. A drástica redução foi devido à forte influência do teto de gastos, aprovado pelo governo federal este ano.
No setor de transportes, o orçamento foi especialmente reduzido. A função 26 do orçamento prevê gastos de R$ 16,9 bilhões. A subfunção 782 (Transporte Rodoviário) ficou com apenas R$ 7,9 bilhões, recurso que é considerado suficiente apenas para uma manutenção básica da malha rodoviária federal, por exemplo. As subfunções transporte ferroviário (783) e hidroviário (784) terão, somadas, cerca de R$ 1,5 bilhão no período.
Considerada as despesas por órgão, o ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil terá em 2018 R$ 1,8 bilhão para suas despesas correntes e outros R$ 9,6 bilhões para seu orçamento de investimentos, considerados todos os órgãos. Para se ter uma base de comparação, no início da década o gasto efetivo do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) num ano girava em torno dos R$ 12 bilhões. Para 2018, o órgão que gerencia estradas terá perto de R$ 6 bilhões para investir (fazer obras), sendo R$ 4 bilhões para a manutenção de rodovias.
Com a entrada em vigor do teto de gastos e sem a aprovação de reformas estruturais na Previdência e do salário do setor público, os orçamentos de investimentos do governo federal serão cada vez menores, o que vai levar a colapsos em alguns serviços públicos não concessionados, como rodovias federais e dragagem de portos. (em 20/12)