OHL e CCR terão R$ 5 bi de investimentos até a Copa

Publicado em
23 de Agosto de 2010
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Com previsão de aportes superiores a R$ 5 bilhões até a Copa do Mundo, duas das principais concessionárias de rodovias farão reformas e ampliação de sua malha rodoviária. Este é o caso da empresa espanhola OHL, que pretende investir mais de R$ 4 bilhões na ampliação, duplicação e criação de novos trechos em suas concessões federais. A concorrente CCR espera investir em melhorias na Nova Dutra, na Baixada Fluminense, e na melhoria de acesso à região da Ponte Rio-Niterói, além de estar de olho na antecipação das obras para o segundo trecho da Linha 4 -Amarela, do metrô de São Paulo.

O grupo CCR, que possui oito concessionárias e administra 21 trechos rodoviários no Brasil, assumiu que existem conversas em curso com o governo federal para investimento em duas concessões do grupo no Rio de Janeiro. A expectativa de investimento para melhora das condições de acesso à Ponte Rio-Niterói, e ampliação da Dutra na chegada ao Rio, é de R$ 1 bilhão ao longo dos próximos cinco anos.

"Existem conversas em curso com o governo federal no sentido de adicionar novos montantes de investimentos nesses projetos, exatamente com o intuito de resolver -em partes, ou todos- os problemas da infraestrutura de transportes associada à região de influência desses dois negócios", comentou o diretor de Finanças do grupo, Arthur Piotto.

Piotto se diz otimista em relação ao fechamento do acordo com o governo, considerando principalmente os eventos que o País irá receber nos próximos anos, como a Copa do Mundo, as Olimpíadas, a Copa das Confederações, e as Paraolimpíadas. "Os governos, federal e estadual estão sentindo mais pressionados a concluir essas conversas de negociações com nossas concessionárias, e com isso irão usá-las como plataforma para mais investimentos", disse ele, ao destacar que as concessionárias buscariam um financiamento junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), ou com o mercado de capitais na região.

Já em relação à instalação de praças de pedágio nestes trechos, o diretor financeiro do grupo CCR, que adquiriu recentemente a empresa Rodovias Integradas do Oeste S/A (SPVias), por R$ 947,2 milhões. frisou que todo o contrato de concessão tem uma clausula contratual que estabelece o equilíbrio econômico do projeto, e em caso de eventos que não estavam no contrato, ou para resolver situações que mudem a execução da obra, essas condições podem ser alteradas. "O contrato permite este equilíbrio econômico da concessão, entretanto não iremos implantar nenhuma praça de pedágio por conta dessas obras", enfatizou.

Com nove concessionárias, sendo cinco rodovias no Programa de Concessão do Governo Federal e quatro rodovias no Programa de Concessão do Governo do Estado de São Paulo, o grupo OHL pretende investir mais de R$ 4 bilhões até 2014 em suas concessões, destacando entre elas a duplicação da Serra do Cafezal, na rodovia Régis Bittencourt, contorno Norte de Curitiba, na rodovia Régis Bittencourt, duplicação de 25 km da BR-116/PR entre Curitiba e Fazenda Rio Grande, no Paraná, ampliação da capacidade da Av. do Contorno, na BR-101/RJ, duplicação de 176,6 quilômetros da rodovia BR-101/RJ e construção do Anel Viário de Betim, na rodovia Fernão Dias. "Todas estas obras estão previstas nos contratos assinados com o poder concedente", informou a empresa, que não vê novos investimentos em obras nesse periodo.

Desde o início das concessões de rodovias, em 1996, até o ano passado, as concessionárias investiram R$ 19,13 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), que não possui dados sobre previsões para o setor.

Novos horizontes

Além das expectativas do Grupo CCR para o setor rodoviário brasileiro, a nova aposta da empresa está no setor ferroviário, que segundo Arthur Piotto é a "nova bola da vez" do setor de infraestrutura. "A CCR vem estudando esse setor com muito interesse, e o nosso primeiro projeto nessa área é a linha Amarela do metrô de São Paulo. E nada impede que possamos atuar em outros projetos no Brasil", disse ele.

Em relação a linha 4 Amarela do metrô paulista, Piotto contou que o plano inicial previa a conclusão da primeira fase com 6 estações no começo de 2011, e o início das obras da segunda fase, com 5 estações, quatro anos depois. Entretanto, ele acredita na antecipação da segunda fase devido a forte demanda. "A nossa sensação é que as chances do próximo governo solicitar a antecipação de boa parte dessa segunda fase é bastante considerável, principalmente, pelas informações de demanda do metrô que mostram um volume até 20% superior do que o esperado. Tão logo acredito que em 2013 algumas estações da segunda fase já estejam operando", contou ele.

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