Odebrecht venderá fatia em ativos de energia renovável

Publicado em
29 de Abril de 2015
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Usina da Odebrecht

Odebrecht: Odebrecht Energia já está em negociação com quatro fundos de pensão internacionais que estariam interessados em seus projetos

Vanessa Dezem, da Bloomberg

São Paulo - Odebrecht Energia, uma subsidiária da Odebrecht, está à procura de investidores estrangeiros interessados em comprar fatias de ativos de energia renovável, em um momento em que se deterioram as condições de crédito no Brasil.

A Odebrecht Energia já está em negociação com quatro fundos de pensão internacionais que estariam interessados em seus projetos eólicos, hidrelétricos e de biomassa, segundo Felipe Jens, diretor de investimentos da empresa com sede em São Paulo.

A companhia tem 2,4 gigawatts de capacidade instalada em projetos de energia renovável no Brasil.

“A forma de perpetuar o crescimento no setor é encontrar um parceiro”, disse Jens em entrevista em São Paulo. “Nossa capacidade de investimento é finita. Você consegue fazer mais investimentos usando recursos de terceiros”.

Com a alta dos juros para combater a inflação, a economia brasileira caminha para o pior ano desde 1992, e após um grande escândalo de corrupção, as empresas estão vendo poucas razões para emitir títulos de dívida para financiar investimentos. Como consequência, o mercado de captações ficou paralisado no primeiro trimestre.

Os bancos também não estão dispostos a ampliar os créditos. Até mesmo o BNDES, uma das ferramentas que integram o plano da presidente Dilma Rousseff para reduzir o endividamento do país, anunciou a redução de empréstimos baratos. Além disso, o governo elevou a taxa de juros de longo prazo cobradas pelo banco. Para os investidores estrangeiros que buscam preços baixos, a crise pode gerar oportunidades.

O real próximo ao nível mais baixo dos últimos 10 anos ajuda a tornar os ativos locais mais baratos em dólares americanos.

“Esse é um ano de fusões e aquisições no Brasil”, disse Thais Prandini, diretora da consultoria de energia Thymos Energia, em entrevista por telefone. “Tudo está mais barato do que quando o Brasil estava indo bem”.

A desaceleração econômica ocorre após um boom de investimentos no setor de energia eólica nos últimos anos, que atraiu investidores estrangeiros em um momento em que o país buscou diversificar sua geração de energia.

Aumento da capacidade

A capacidade eólica instalada do Brasil cresceu 82% em 2014, para 6 gigawatts, segundo a Associação Mundial de Energia Eólica. As companhias de biomassa aproveitaram a vantagem dos preços à vista altos no ano passado para aumentar a geração de energia em 17 por cento, segundo a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica).

Grande parte da expansão foi financiada pelo BNDES, mas os tempos mudaram.

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