O transporte de cargas no Brasil, por Djalma Mello

Publicado em
05 de Abril de 2013
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Recentemente assisti a uma reportagem na Globo News a respeito das enormes filas de caminhões que transportam cargas com destino ao Porto de Paranaguá, no Paraná. Fiquei impressionado com essa situação de ineficiência que gera um alto custo para as empresas, a sociedade e o país.

Segundo Peter Wanke, consultor em estratégia logística, o transporte de cargas é o principal componente dos sistemas logísticos das empresas. Sua importância pode ser medida através de indicadores financeiros, custo, faturamento e lucro. O transporte representa, em média, dois terços dos custos logísticos, ao redor de 5% do faturamento, e, em alguns casos, mais do que o dobro do lucro das empresas. No Brasil, os gastos com transporte oscilam ao redor de 5% do PIB.

Dentre os inúmeros problemas que afetam a infraestrutura do transporte no Brasil, o maior talvez seja a falta de planejamento da integração dos diversos modais.

Devemos promover a integração dos aeroportos, portos, rodovias, ferrovias, aerovias e hidrovias, fazendo em conjunto o escoamento eficiente entre o local de produção e o consumidor final, respeitando as características de cada modal.

Estamos perdendo competitividade por não implementarmos essa logística, aumentando os custos para as empresas, indústrias e, finalmente, para o consumidor, que paga mais caro pelos produtos.

No Brasil, cerca de 60% de toda a produção são transportados pelas rodovias; as ferrovias transportam apenas 21%; o transporte aquaviário responde por 14%, e o aéreo por 5%. Portanto, para que o Brasil busque atingir padrões internacionais deverá dar mais espaço para as ferrovias, como é feito com sucesso na Europa e nos Estados Unidos.

Até hoje, transportamos pela rodovia cargas que deveriam necessariamente estar nas ferrovias, que são mais eficientes; o frete é mais barato e não poluem.

Grandes volumes de carga em longas distâncias devem ser transportados privativamente pelos trens.

O Brasil faria uma economia gigantesca se transferisse imediatamente para a ferrovia pelo menos a metade do que transita pela rodovia; não economizaria apenas com a importação de petróleo, mas também com a manutenção das rodovias, pois o pavimento asfáltico seria poupado do sobrepeso das carretas, e teríamos ganhos ambientais e, o principal, pouparíamos diversas vidas humanas, que a todo o momento perecem nos inúmeros acidentes rodoviários.

Precisamos de providências urgentes, pois o Brasil não pode parar!

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