O setor de transportes do país iniciou paralisação por tempo indeterminado, afirma CNTA

Publicado em
21 de Maio de 2018
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Caminhoneiros autônomos de todo o Brasil iniciaram, nesta segunda-feira, uma paralisação por tempo indeterminado. Os 120 sindicatos que representam a categoria, associações e cooperativas realizaram assembleias durante toda a semana passada e decidiram pela greve, isso diante da falta de respostas do Governo Federal a um Ofício encaminhado no dia 15 de maio, pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos a pedido das entidades de base, expondo o descontentamento da categoria com os constantes aumentos no preço do óleo diesel e a insistente cobrança de pedágio dos motoristas, mesmo quando eles trafegam vazios e com os eixos dos caminhões suspensos.

Neste momento a paralisação do transporte de cargas é maior em oito regiões do País. Os motoristas estão parados na Via Dutra, no Rio de Janeiro, em Vitória da Conquista, na Bahia, na BR 101, em Viana no Espírito Santo, na Grande Vitória, na Fernão Dias, Barbacena, Lavras, em Minas Gerais, no Paraná, nos dois sentidos da BR 116, em Quatro Barras, na BR 277, perto de Paranaguá, PR 151 em Castro e PR 090, em Assaí. Em São Paulo o movimento está concentrado na Dutra, Km 160, na Rodovia Anchieta e em Lorena e em Cuiabá, na BR 163, em Rondonópolis e Tangará da Serra, no Mato Grosso.

No documento entregue ao Governo Federal, a CNTA, que representa mais de um milhão de caminhoneiros autônomos, apresenta a insatisfação dos caminhoneiros com o baixo valor do frete e com prejuízos acumulados há anos, agravada hoje pelos reajustes quase que diários no valor do diesel. A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos lembra o último grande movimento de paralisação realizado pela categoria, em 2015, fez várias reivindicações e apesar de todos os esforços e discussões, poucas medidas foram tomadas, desde então, para resolver essa crise. O Governo Federal sancionou em 2015, a Lei 13.103/15, que suspende a cobrança de tarifa de pedágio dos caminhões vazios que passam com os eixos suspensos nas praças de pedágio, mas a medida só está sendo respeitada pelas concessionárias que administram as estradas federais. Nas rodovias administradas pelos estados, principalmente no do Paraná, São Paulo e em Mato Grosso, as concessionárias continuam cobrando dos caminhões com eixos suspensos e sem carga.

De acordo com o presidente da CNTA, Diumar Bueno, além do problema do pagamento do pedágio, a categoria quer discutir com o Governo Federal, o valor do óleo diesel, pois os aumentos praticados hoje prejudicam a população e elevam os preços de todos os setores produtivos do País. Para se ter ideia, o preço do óleo diesel tem um impacto de mais de 50 % na planilha de custos dos caminhoneiros. Por isso, eles querem a criação de um subsídio ou a redução da carga tributária, como do PIS e COFINS, que custam13% sobre o valor do diesel e a alíquota do ICMS passa 20%. Diumar Bueno lembra que mais de 80% de tudo que é consumido no País seguem pelas rodovias, logo o setor é fundamental para economia e sem entrar no mérito da política de composição dos preços dos combustíveis, feito pela Petrobras, o Brasil é basicamente ‘’rodoviarista’’, o diesel, essencial para o setor de transportes e deveria ter valor diferenciado.

A paralisação dos caminhoneiros não tem prazo para acabar, as entidades coordenadoras das manifestações, sediadas por todo o país, afirmam que o movimento é pacífico e que todos os motoristas estão sendo orientados a não carregarem e a permanecerem parados nas empresas ou em casa, aqueles que estiverem em trânsito devem parar nos postos de combustíveis nas rodovias e que não haverá bloqueio das estradas. Os Sindicatos também estão informando que caminhões carregados com cargas vivas, medicamentos, ambulâncias, ônibus e carros em geral não serão impedidos de trafegar pelas rodovias. A CNTA expôs ao governo, através do documento protocolado dia 15, sua preocupação com a insatisfação geral do setor, e que, a paralisação poderá ser evitada assim que o Governo Federal abrir negociação para atender as reivindicações dos caminhoneiros.

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