Possível cenário de crescimento dos pré-candidatos na corrida presidencial deve ser analisado com cautela, pois Dilma ainda é favorita nas pesquisas
Desde o início do mandado da presidente Dilma Rousseff, a Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil têm perdido valor de mercado
Os rumores sobre a possibilidade de crescimento na campanha eleitoral dos principais opositores do governo, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), têm movimentado o mercado financeiro. A expectativa é que uma pesquisa da campanha presidencial realizada pelo Ibope seja divulgada ainda esta semana.
Para Rodolfo Amstalden, analista da Empiricus, o cenário de crescimento dos pré-candidatos na corrida presidencial deve ser analisado com cautela. Isso porque as pesquisas anteriores divulgadas apontam que a presidente Dilma Rousseff lidera com folga as intenções de voto e o cenário não deve mudar drasticamente.
“Os investidores reagiriam com bastante otimismo caso haja segundo turno. O mercado já precificou a reeleição de Dilma. Todo mundo já sabe como é o governo. E mesmo que a presidente faça várias promessas, ninguém comprará de antemão", diz Amstalden.
O economista da Legan Asset, Fausto Gouveia, acrescenta que analisar como o mercado reagiria caso Aécio Neves ou Eduardo Campos fossem eleitos ainda é cedo. “Sabe-se pouco sobre as propostas de governo dos dois. Tudo ainda é muito prematuro.”
Principais mudanças
Os analistas afirmam ainda que caso haja uma mudança de governo os papéis da principais estatais, como Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil, seriam beneficiados. Isso porque estas empresas sofrem a interferência do governo de Dilma para controlar a inflação.
“O reajuste dos combustíveis, no caso da Petrobras, é limitado, para segurar os preços. O Banco do Brasil fomenta o crédito para os outros irem pelo mesmo caminho. O governo não está pensando no lucro do investidor minoritário, o que afasta tanto os investidores locais, como os estrangeiros e derruba o valor dos papéis”, diz Gouveia.