Não é novidade para ninguém, tão pouco para o ministro Tarcísio Gomes de Freitas que, não obstante o esforço dispendido nesses pouco mais de 3 anos à frente do ministério da infraestrutura, o legado concreto em termos de ampliação e modernização da infraestrutura rodoviária, é, apenas, pífio, em especial diante da crescente demanda, inclusive de veículos com maior capacidade de carga, que acabam de ser homologados pela resolução 882/21 e portaria 268/22, ambas do SENATRAN.
Pior e lamentavelmente, essa tem sido e será a realidade a perdurar ainda por muitas décadas.
Diante disso, a pergunta é: o que é possível fazer para enfrentar esse enorme desafio e mitigar seus impactos sobre a competitividade da nossa produção industrial e principalmente do agronegócio?
Não há outra alternativa, creio eu, a não ser intensificar o uso de tecnologia da informação para racionalizar o uso das frotas e das infraestruturas existentes, tornando a logística de transporte e escoamento da produção cada vez mais eficiente.
Como? Com o máximo de integração e troca de informações entre empresas com atividades e produções complementares, com ampliação e maior disponibilização dos banco de dados, por exemplo, sobre as condições e capacidades das malhas rodoviárias federal e estaduais em poder dos órgãos rodoviários, facilitando e otimizando o processo de roteirização das viagens.
Medidas como essa são fundamentais para todos os segmentos, mas vitais para o segmento de transporte de cargas com grandes pesos e dimensões e dependentes de Autorização Especial de Trânsito - AET.
Dessa forma faz-se necessário, e com a maior urgência possível, que órgãos como o DNIT e DER dos principais estados produtores, digitalizem essas informações, assim como seus processo de concessão de AET, possibilitem a integração de corredores de transporte e facilitem o enorme desafio das transportadoras que é, nas condições atuais de dezenas de rodovias com restrições de trânsito, escolherem a rota mais adequada para o deslocamento das suas frotas.
É inaceitável e incompreensível que, além de ter que lidar com crescentes custos dos combustíveis e restrições na malha rodoviária que os transportadores ainda tenham que descobrir por conta própria, sem qualquer ajuda dos órgãos rodoviários e a custos elevados, por onde ainda podem transportar suas cargas.
Não custa lembrar que dos 27 estados brasileiros, inclusive DF, apenas 10 emitem AET via digital e nenhum disponibiliza informações sobre condição e situação das rodovias. Por falta de recursos? Não! De comprometimento, respeito.
Com a palavra o Ministro Tarcísio Gomes de Freitas, os secretários estaduais de transportes, os órgãos rodoviários (DNIT e DER), as concessionárias de rodovias e outros.