A frase acima é atribuída a diversos autores, mas a autoria é irrelevante, o importante mesmo é que ela traduz, com a clareza de um farol, o que acontece com muitos colegas do nosso setor.
É corrente a fala de que o setor está quebrado, passando por dificuldades com muitas empresas inadimplentes. Pesquisa recente da NTC aponta que 50% das empresas não estão regulares com o fisco, entretanto, voltamos a comprar caminhões, continuamos baixando nossos preços e o pior, continuamos insistindo nas mesmas fórmulas que nos trouxeram até esta situação.
Você convida o sujeito para um evento, um treinamento ou palestra e ele não vem, sabe por quê? Porque ele diz que ninguém sabe mais do negócio dele do que ele próprio, ninguém pode conhecer mais do seu trabalho do que ele, como é que vai vir um sujeito lá de não sei onde querer ensinar este doutor em transporte e logística, formado pela universidade da vida, como é que se calcula custo? É um disparate, um acinte, uma ofensa quase digna de morte.
Imagine alguém querer falar de economia, tendência de mercado, futuro do transporte com quem é quase deus??? Impossível... realmente o setor de transporte e logística é feito de pessoas tão especiais, conhecedoras profundos desta magia que é o transporte, que não se pode quantificar, esquadrinhar, medir ou conceituar, é coisa de magos, seres acima da normalidade, uma ciência não exata, etérea que deve ser feita por seres místicos, chamados transportadores.
Desta forma, como é que algum atrevido se acha no direito de querer ensinar alguma coisa a estes seres quase divinos? Que construíram suas empresas do nada e enfrentam toda a sorte de dores e lágrimas e torturas do dia a dia e ainda permanecem impolutos, incólumes e resolutos? Quem estes sujeitinhos pensam que são para querer ensinar algo a estes heróis?
Pois bem, não há que se tirar o brio, a honra, a dignidade de nós, bravos empreendedores do transporte, mas convenhamos, estamos longe de saber de tudo, muito longe de sermos os donos da verdade, e mais longe ainda de conseguirmos acompanhar a velocidade das mudanças que o mercado dos negócios nos impõe, um pouquinho de humildade também vai bem.
Caros colegas, vamos parar de “tentativa e erro”, vamos olhar para nossas empresas como um negócio, não como alguém da família, como se fosse um pedaço de nós, vamos profissionalizar nossas empresas, buscar informações no mercado, sugerir e participar de seu sindicato, criticar, debater, xingar, mas participar.
O pior cego é o que não quer ver, vejam os números, são frutos de pesquisa séria, não desdenhe do trabalho dos outros, alguém ou algumas pessoas gastaram dinheiro e principalmente tempo para fazer chegar estas informações até você, tenha a sabedoria de usa-las.