Do ponto econômico, existem argumentos a favor e contra a inclusão da remuneração do capital próprio nos custos.
Embora o assunto seja controvertido, segundo a teoria econômica, por virtual ou intangível que seja, existe sempre um custo de oportunidade associado ao capital (Machiline, 1970):
• Qualquer investimento pressupõe uma remuneração mínima;
• A inflação exige que o retorno se dê em valor nominal maior do que o capital inicial;
• Investir significa deixar de distribuir lucros, o que só é atraente se a remuneração for adequada;
• Como os recursos são escassos, investir em um projeto, significa perder a oportunidade de investir em outros;
• Existe a possibilidade de o investimento não corresponder à expectativa (risco).
Os autores contrários à inclusão deste custo argumentam que, se o preço cobrado já inclui a depreciação, o empresário pode formar uma reserva que, aplicada mês a mês no mercado financeiro, assegurará os recursos suficientes para renovar a frota. Assim, a remuneração do capital não constituiria um custo, mas uma forma aumentar a margem de lucros.
Na prática, a maioria dos cálculos de custos costuma incluir a remuneração do capital. Existem, no entanto, variações quanto às taxas e as bases sobre as quais elas se aplicam.
Machiline afirma que, em geral a taxa é, no mínimo igual ao retorno médio de que a empresa desfruta em suas operações normais. Algumas empresas fazem uma média da rentabilidade dos produtos mais lucrativos.
No entanto, se o mercado se torna muito competitivo, o empresário poderá se contentar com retornos menores. Em suma, o único juiz de quanto quer ou pode ganhar é o próprio transportador.
Se a planilha adota a depreciação econômica, a remuneração do capital já está embutida no cálculo do custo de capital, por meio da taxa de retorno. Como já se viu, a depreciação econômica equivale à soma da depreciação com a remuneração do capital.
No caso das planilhas da NTC&Logística, aplica-se 1% ao mês sobre o valor do veículo novo. Para efeito do cálculo da remuneração, não é deduzido o valor dos pneus, que faz parte do investimento.
Alguns autores e publicações especializadas preferem considerar que, se todos os custos estão sendo cobertos pelo preço, a cada ano, será desmobilizada uma parcela do investimento. Assim, o mais lógico seria aplicar a taxa de remuneração sobre o investimento médio anual.
Quando se tratar de análise onde a variação do custo com a idade é importante, o melhor é aplicar a taxa sobre o valor residual (obtido pelo método linear ou decrescente) sobre o valor residual do veículo no final de cada período