O Congresso Andav 2022, que termina nesta sexta-feira, dia 19 de agosto, conta com uma programação de eventos de conteúdo pela manhã que tratam de assuntos relacionados à distribuição de insumos agrícolas e veterinários bem com temas importantes para o desenvolvimento do agro nacional
O grande desafio do Brasil é prover o mundo de alimentos, biocombustíveis e fibras com sustentabilidade. “Para o produtor, o principal desafio é a resiliência em um cenário de oportunidades”, disse o sócio-diretor da Cogo Inteligência em Agropecuária, Carlos Cogo, durante o Congresso da Andav 2022, que acontece até sexta-feira, dia 19 de agosto, no Transamerica Expo Center, em São Paulo.
O evento é uma realização da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumo Agrícolas e Veterinários (Andav) e organizado pela Zest Eventos.
Em sua palestra, Cogo apontou algumas megatendências da agropecuária, como o aumento da digitalização, das compras online, gestão de risco e sustentabilidade.
Quanto aos impactos, ele citou a fluência tecnológica do produtor, exigências em certificação, além do reforço do Brasil como provedor de alimentos para o mundo.
Ele falou também sobre o aumento da demanda por farelo de soja e milho, puxado pela evolução da produção de suínos e aves, refletindo em maior exigência em fertilizantes, assim como de defensivos, que seguiram o mesmo caminho.
“O custo de produção aumentou em todo o mundo e muitos países vão optar pela redução de área”, disse o especialista que acenou com a acomodação dos preços agrícolas.
Na opinião do professor da Esalq/USP, Sérgio De Zen, os desafios para a agricultura brasileira são grandes, assim como as oportunidades.
“A inflação de alimentos é mundial, e, nesse cenário, o Brasil precisa atrair investimentos de outros setores e capital internacional para crescer em um ritmo maior que a economia”, disse.
Segundo economista da XP Investimentos, Tatiana Nogueira, os índices de desenvolvimento estão subindo, juntamente com os juros, e o apelo monetário deve ser mais intenso nos próximos meses.
“O impacto é sentido no câmbio, pressionado pelas questões externas, reflexo da pandemia e dos impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia, mas há uma expectativa de normalização global. Até outubro, o quadro doméstico ainda é de muita volatilidade, por conta de questões fiscais e eleitorais”, ressaltou.
Já o analista de insumos da Rabobank, Bruno Fonseca, afirmou que o PIB do agro continua crescendo e tem se destacado nesse período de crise.
“O setor deve entregar os resultados esperados, mesmo com cenário desfavorável, e ainda terá um bom poder de compra, garantindo boa margem e rentabilidade”, disse. Ele lembrou que o Brasil tem se mostrado, em números, bastante competitivos em comparação aos principais rivais, Estados Unidos e Argentina.
Na palestra “Construindo um Legado”, a ex-presidente da Dudalina e vice-presidente do Grupo Mulheres do Brasil, Sônia Hess, contou sua experiência profissional e ressaltou a importância de estimular a participação feminina em diversos setores, incluindo o agronegócio, para a construção de um país melhor.
“Meu pai me deu a missão de ser a embaixadora da paz. Hoje estou feliz por estar doando o meu tempo para a causa das mulheres e crianças do Brasil”.