Está cada vez mais comum se deparar com notícias de trânsito lento no Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI). Os motivos são diversos: acidentes, obras, excesso de veículos de passeio, neblina, operação comboio.
Só que, a estes itens, vale acrescentar também o alto número de caminhões que entram e saem do Porto de Santos. Para seguir em direção ao litoral, os caminhões são obrigados a utilizar a Via Anchieta no trecho de Serra. O problema é que, além dos caminhões, os ônibus e veículos de passeio também a utilizam.
E, com isso, a sensação que se tem é que, em alguns momentos, a Via Anchieta torna-se uma grande avenida, com congestionamentos freqüentes nas proximidades de Santos. Segundo José Carlos Cassaniga, diretor superintendente da Ecovias, a Via Anchieta não está saturada.
"Os problemas ocorrem em determinados picos de grande concentração de veículos". Na sua visão, "a solução para aumentar a capacidade de tráfego da via é eliminar alguns gargalos". Para isso, foram projetadas três obras, sendo que duas têm início programado para outubro. Uma é a remodelação do trevo localizado no Km 55 (na altura de Cubatão), com implantação de um mini anel viário.
A outra é a construção de uma terceira faixa em ambos os sentidos, na rodovia Cônego Domenico Rangoni, entre o Km 270 e o km 262, região do Polo Industrial de Cubatão. Ambas já foram anunciadas pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Os investimentos serão de R$ 328 milhões e a conclusão está prevista para outubro de 2014. Já a terceira é o acesso a Santos e ao Porto, que apresenta congestionamentos praticamente diários.
"É um projeto que precisa ser implantado e que está em fase de como será viabilizado", salienta Cassaniga. Uma das sugestões é da Prefeitura Municipal de Santos, que já apresentou um projeto aos governos Estadual e Federal.
"Mesmo a Prefeitura não sendo responsável pela área (que é de concessão do Estado), apresentamos a solução para acesso à entrada de Santos e ao Porto", explica o prefeito João Paulo Papa (PMDB). Mas a Prefeitura ainda não teve resposta. "Acredito que estejam estudando, pois não recebi uma posição concreta". A proposta é transformar a Marginal Sul Anchieta e a Avenida Bandeirantes em pistas de apoio à Via Anchieta e construir alças de acesso aos bairros e ao Porto. De acordo com Papa, a obra é urgente.
"Esta é a questão viária mais importante da Baixada Santista. A via Anchieta está saturada e a situação se agrava em picos de safra. O Porto de santos vai crescer muito nos próximos anos, a Cidade terá demanda ampliada em função do pré-sal. A obra é vital e não executá-la significa um gargalo para a economia brasileira, pois estamos falando de algo que tem relação com a cadeia produtiva nacional".
Outro que defende mudanças urgentes é o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista (Sindisam), Marcelo Marques da Rocha. "A Via Anchieta foi inaugurada na década de 50, quando se movimentava cerca de 30 milhões de toneladas. Hoje, a movimentação é de 100 milhões, a expectativa para 2014 é de 160 milhões e a estrada é a mesma. Ela está obsoleta e não acompanha o crescimento. Não entendo o que acontece".