Novas concessões reduzirão custo da infraestrutura no país, diz o Iedi

Publicado em
16 de Agosto de 2012
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O investimento privado de R$ 79,5 bilhões nos próximos cinco anos em rodovias e ferrovias, previsto pelo pacote de concessões anunciado nesta quarta-feira pelo governo, colocará o Brasil em situação razoável no que diz respeito aos aportes em infraestrutura, na avaliação de Júlio Gomes de Almeida, consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). O montante representa 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado, ressalta Gomes de Almeida.

O anúncio feito ontem prevê ainda investimento de R$ 53 bilhões entre o 6º e 25º ano de concessões, totalizando R$ 133 bilhões direcionados à ampliação e modernização de ferrovias e rodovias.

Para Gomes de Almeida, o pacote é “fundamental, porque abre uma avenida que permitirá a redução do custo da infraestrutura no país”. Para ele, ao conceder os projetos para a iniciativa privada o governo provoca o investimento privado e permite que a esfera federal continue a se dedicar a projetos relevantes, como a ampliação do fornecimento de saneamento básico.

O sucesso do pacote, na avaliação do consultor do Iedi, depende principalmente de três fatores. O financiamento dos investimentos, que não poderá ficar concentrado apenas no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Para ele, mecanismos de financiamento privado, como emissão de debêntures, são uma alternativa viável e tendem a ganhar atratividade num cenário de juros baixos. “O governo já está fazendo isso [incentivar emissão de títulos privados], mas precisa aprimorar a regulação”, afirma.

Outro ponto, considerado mais difícil, é a modernização e qualificação do pessoal no setor público, já que é necessário desenvolver um marco regulatório que apoie investimentos com mais celeridade. “Resolver o marco regulatório é importante para desalavancar os investimentos”, avalia Almeida. Por último, o consultor do Iedi ressalta a necessidade de fortalecer o modelo das Parcerias Público-Privadas (PPP) para reduzir o risco desses investimentos.

Em sua avaliação, o pacote anunciado hoje, em conjunto com outras ações do governo, como desoneração da folha de pagamentos e a redução da taxa de juros, por exemplo, deve elevar a confiança da indústria nacional. A redução do custo da energia elétrica, que a presidente Dilma Rousseff deve anunciar até o fim de setembro, também é importante para o setor. “Não tem forma mais direta de animar o espírito animal dos empresários”, afirmou.

Ele enxerga demanda adicional principalmente para a indústria de materiais não-metálicos e de bens de capital. “É claro que há um problema de captura desse dinamismo pela indústria nacional”, mas a desvalorização do câmbio e a redução da taxa básica de juros, por exemplo, já contribuem com algum ganho de competitividade, lembra Gomes de Almeida.

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