Nova regra do Finame beneficia caminhões

Publicado em
06 de Fevereiro de 2015
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Taxa fixa do BNDES pode alavancar vendas ao longo do ano

VICTOR FRANÇOIS, AB

Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, vê com bons olhos as mudanças realizadas nas condições do Finame PSI, informadas na circular que o BNDESdivulgou na quarta-feira, 4 (leia aqui). Segundo Marco Antonio Saltini, vice-presidente da associação, a criação das condições alternativas deve melhorar a disposição do cliente para tomar crédito, já que a linha oferece agora maior previsibilidade do valor das prestações. “Com taxa fixa de mercado, o cliente pode contratar a opção de financiamento sabendo exatamente quanto vai pagar nas parcelas”, comemorou o executivo.

- Veja aqui os dados da Anfavea.

Lançada no começo de 2015, o novo Finame PSI permitia o financiamento de até 70% do bem com juros que iam de 9,5% a 10% ao ano, dependendo do porte da empresa que toma o crédito. O valor restante, não coberto inicialmente pela linha subsidiada do BNDES, poderia ser dado pelo cliente como entrada ou financiado a uma taxa variável, indexada pela Selic. Dessa forma o valor das prestações sofreria alterações a cada mês, acompanhando os juros básicos da economia. 

A partir de agora, o valor que era financiado a uma taxa variável poderá receber crédito do BNDES com juros fixados em 15,74% a.a. Apesar de inicialmente parecer cara, a condição garante estabilidade no valor das parcelas do financiamento, tornando a linha mais interessante para o cliente. Saltini acredita que isso pode estimular as vendas de caminhões. “Essa nova condição do BNDES permite ao cliente visualizar quanto vai pagar em cada parcela e no total”, explica Saltini.

RESULTADOS

O mês de janeiro representou aumento de 128% na produção de caminhões em comparação a dezembro de 2014, subindo de 3,7 mil para 8,4 mil. A alta aconteceu sobre base de comparação fraca, já que a maior parte das empresas interrompeu a produção e deu férias coletivas no último mês do ano passado. Sobre janeiro de 2014, quando foram feitos 13,8 mil unidades, houve queda de 38,7%. 

Os licenciamentos registraram baixa de 28,8%, contabilizando 7,7 mil produtos em janeiro de 2015, ante os 10,8 mil de janeiro e 2014. Se o comparativo for do primeiro mês deste ano contra dezembro do ano passado a queda registrada é de 44%. 

Segundo a Anfavea, apesar da melhora nas condições de crédito para a compra de caminhões, ainda não é possível fazer previsões para 2015, já que a conjuntura macroeconômica ainda não apresentou aquecimento. “Quando alcançarmos uma estabilidade total (dos indicadores econômicos) poderemos retomar as vendas e começar efetivamente o ano, já que em janeiro não houve uma solução”, concluiu Marco Antonio Saltini.

Assista AQUI entrevista com Marco Antonio Saltini, vice-presidente da Anfavea:
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