Nova lei causa alta de 40% em frete e redução de autônomos

Publicado em
14 de Setembro de 2012
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O início das fiscalizações da lei que determina o tempo de jornada dos caminhoneiros já trouxe impactos, como a redução dos profissionais autônomos, complicando ainda mais o escoamento da produção agropecuária.

Mato Grosso conta com cerca de 30 mil caminheiros autônomos. Para as transportadoras que optarem por trechos longos, neste caso terão de contratar mais motoristas, o único benefício da nova legislação é o aumento do frete que para grãos já subiu 40% desde que a Lei 12.169/2012, que regulamenta a profissão, passou a vigorar em 17 de junho.

De acordo com o diretor do União Brasil Caminhoneiro em Mato Grosso, Walter de Souza, o impacto maior com a legislação é nos profissionaisautônomos.

“Ele ganha conforme trabalha, ao contrário do contratado que tem salario fixo e demais benefícios. Alguns já deixaram a profissão por isso e os que restam optam por viagens curtas, ou seja, dentro de Mato Grosso, no qual se pode fazer uma viagem e meia por semana”. O fato de ter autônomos deixando a profissão ou preferindo trechos curtos irá dificultar ainda mais o escoamento da produção matogrossense de grãos e carnes.

“Hoje, para cada motorista contratado são cerca de três autônomos e estes optam por trechos curtos, para fazer mais viagens. A preocupação são os trechos longos, que acabaram sendo feitos pelas transportadores que terão de contratar mais pessoas e aumentar a frota”, comenta o analista de mercado do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Cleber Noronha.

Atualmente o frete entre Sorriso e Paranaguá (PR) está em R$ 245 a tonelada, valor 19,5% superior aos R$ 205 ao final de julho, enquanto o trecho Sorriso - Alto Araguaia R$ 110. A perspectiva é que o valor do frete para longa distância tenha alta de 60% frente ao mês em 2011 e trecho curto de 18%, chegando a R$ 130, segundo dados do Imea e da Associação dos Transportadores de Cargas de Mato Grosso (ATC).

Segundo o diretor da ATC, Dirceu Capeleto, a nova lei vem a equilibrar o frete, visto que apenas na safra os preços eram estimulantes à categoria. “Agora será a vez do frete frigorífico aumentar 40%, visto que com o mercado em baixo consumo não teve alta. O único problema é que por hora não há ponto de descanso, mas creio que isso estimulou investimentos do comércio”. O Estado possui um deficit de 20% no número de profissionais. Hoje, são cerca de 30 mil caminhoneiros com carteira assinada.

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