Não tão bem

Publicado em
15 de Março de 2016
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Não tão bem

Setor de transporte marítimo está perdendo dinheiro em quase todas as transações

Kamila Donato

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Consequência de fragilidade e não de força, os preços das commodities e da demanda estão baixas demais e as tarifas de frete dos maiores navios não estão cobrindo nem um quarto do custo das suas tripulações.

Esse é o canário: movimentações de navios aparentemente em expansão, terminais de minério de ferro do Brasil e Austrália embarcando milhões de toneladas a cada mês em navios pelo longo das costas da China, Cingapura e até Grécia com pouca espera.
Porém, apesar do quadro ser esperançoso, a perspectiva ainda é sombria e para o mercado a melhor alternativa ainda é fazer negócios para não correr o risco de perder participação no mercado.

De acordo com Simon Francis, fundador da G-Ports, empresa que monitora filas de navios esse “é um cenário bizarro e não parece haver tanta espera por cargas apesar de o setor estar ‘de joelhos'”.

Na construção de navios, o comércio combinado de carvão e minério de ferro caminha para dois anos seguidos de contração. Segundo projeções de analistas e números do setor compilados pela Bloomberg, quase todos os tipos de transportadoras de commodities ficarão sem lucro neste ano e ganharão quase nada em 2017.

O levantamento mostra que a crise atual é causada pela explosão da construção de navios que duplicou a capacidade da frota no período de sete anos até dezembro, que incluiu um mercado otimista quanto aos preços das commodities devido ao aumento da demanda global.

Os armadores aumentaram as encomendas de navios novos quando as taxas atingiram um nível recorde de 2007 a 2009, apostando que o crescimento econômico próximo de dois dígitos da China daquela época continuaria. No final a aposta foi ruim, em vez de acelerar, a segunda maior economia do mundo está crescendo ao menor ritmo em 25 anos.

 

 

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